sexta-feira, 31 de julho de 2009

Não entendo

Terra de Esperança

E até agora nada...

Continuemos na torcida por Gabriel Buchmann. Aqui, as últimas notícias, diretamente do Maláui, enviadas pela namorada dele, Cristina Reis, que foi prá lá acompanhar as buscas. Realmente, tudo o que pode ser feito está sendo, não se pode desanimar, pelo menos por enquanto.

Malaveia, onde encontro minhas músicas

Sinto-me feliz por pertencer a uma geração que teve o privilégio de participar de um período tão, mas tão rico de autores, cantores, compositores... enfim, uma MPB com B maiúsculo. Não que não goste do novo, pelo contrário. Em matéria de música, sou a mais eclética das criaturas, acho que só não curto mesmo o funk, mas assim mesmo já ouvi alguns bem legais. Adoro rap, até alguns sertanejos às vezes me comovem. Chorinho, samba, especialmente o samba de raiz, nem se fala. Amo de paixão. Também gosto de hit-parades, tipo música de novela, mesmo enjoando delas em pouquíssimo tempo.

Os clássicos, então, são uma categoria à parte para mim e cada vez gosto mais deles. Vou de Chopin e Debussy a Mozart (ai, como adoro Mozart) e, recentemente, descobri o prazer das óperas.

O que escolho para ouvir? Depende. Do meu estado de espírito, do ambiente em que estou, das pessoas que estão ao meu lado, do som disponível, se posso ou não ouvir aquele som na altura que desejo. E depende, claro, do que estou fazendo no momento. Há pouco tempo descobri a Malaveia, uma rádio online e estou viciada nela. É a primeira coisa que faço quando ligo aqui este notebook. A Malaveia, com seus flashbacks (e tb. com suas loucuras mais loucas), me acompanha o tempo todo neste blog, tanto que para facilitar a linkei aqui no blog.

Se vocês ainda não conhecem, dêem um duplo clique aí à direita em "Onde encontro minhas músicas". Neste momento, os Mutantes (lembram???) me levam a viajar no tempo com "ela é a minha menina, eu sou o menino dela, ela é o meu amor, eu sou o amor todinho dela"... Mas na Malaveia nao tem só coisa velha não, pelo contrário. É antenadíssima. muito louca a Malaveia.


Depois falo mais dela aqui, mas desde já, vale o toque. Confiram que não irão se arrepender. Depois me digam o que acharam.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Oficina de plantas medicinais para crianças

Uma oficina de plantas medicinais para crianças. Pena que não é em Friburgo, se fosse, certamente Alice participaria desta oficina. Que idéia incrível, tomara que alguém daqui resolva imitar. Se alguém que me lê é aí de Teresópolis, vale a dica. Qual a criança que não adoraria curtir um dia inteiro numa horta e até aprender a fazer xaropes caseiros e temperos usando plantas medicinais?

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Na torcida por Gabriel Buchmann


Estou acompanhando de perto o caso do brasileiro que está perdido na África desde o dia 17. No começo, a imprensa falou muito do caso, mas depois meio que caiu no esquecimento. Para que isso não acontecesse, alguns amigos criaram o blog Ajude Gabriel Buchmann, onde li que uma amiga dele embarcou hoje para a África (onde já está um tio do rapaz desde o desaparecimento) para acompanhar de perto as buscas, não deixar que elas parem.

Até agora, infelizmente, elas não deram em nada. Já fizeram um pente-fino em toda a região próxima ao monte Mulanji, onde Gabriel foi visto pela última vez. Nenhum sinal. Para os guias, isso é bom, pois reforça a tese de que ele estaria mesmo perdido e já encontraram pessoas vivas na mesma região, mesmo depois de semanas.

Gabriel tem 28 anos e é um aventureiro por excelência. Basta dizer que ele já percorreu cerca de 60 países, entre Ásia, Oriente Médio e África, sempre na base da carona e do saco de dormir. Graduado em Economia e Relações Internacionais na PUC, lá também fez o seu mestrado. Estava se preparando para o doutorado em Economia da Pobreza, na Universidade da Califórnia. Antes, porém, decidiu viajar mais uma vez, sempre com o mesmo objetivo. Entender a pobreza mais de perto.

Malawi, um dos países mais miseráveis do continente africano, era o último país africano que iria visitar. Sua passagem de volta estava marcada para ontem, dia 28. Não sei porque, mas minha intuição é que Gabriel ainda será encontrado. Tomara que eu esteja certa.
___________________________
Do diário de Gabriel Buchmann
'Mas o melhor de tudo é que aqui na África tô conseguindo pôr em prática a viagem que sempre idealizei... hoje ficarei em hotel pela segunda vez desde que pisei no continente, todos os outros dias dormi e comi na casa de locais, gastando uns 2-3 dólares por dia, o que me permitiu a cada dia distribuir meu daily budget entre as pessoas que me hospedaram, alimentaram etc...tô muito feliz com isso, de conseguir estar vivendo grande aventuras e realizando uma viagem de profunda imersão no continente africano, absolutamente não turística, e de forma totalmente sustentável, transferindo 80% dos meus gastos pra africanos pobres... e aqui com quase nada vc faz uma substancial diferença na vida das pessoas... esse amigo meu congolês, por exemplo, com 12 dólares paguei o aluguel mensal da casa da família dele, esse menino com 40 dólares garanti um ano escolar pra ele numa escola super legal...'

terça-feira, 28 de julho de 2009

SMILE- Michael Jackson

Já passou um mês, os urubus deram uma trégua, a saudade aperta.

Anonimato e solidão



O corpo do artista se transforma em tela de carne e osso, e se insere na paisagem

Uma pessoa de tal forma camuflada na paisagem urbana que chega a passar (quase) despercebida. Alguns não vêem nisso nenhuma arte, mas é, no mínimo, muito interessante esta forma que o artista chinês Liu Bolin encontrou para retratar o anonimato do ser humano e sua solidão. Como chinês, ele sabe muito bem o que é isso. Não deve ser brincadeira ser "massa" num país de quase um milhão e meio de habitantes. Sem falar na postura do governo comunista com relação à arte.
Observem a riqueza de detalhes de sua pintura corporal. Ele escolhe um bom fundo onde possa "desaparecer". Pode levar mais de dez horas para a cena ficar pronta para ser fotografada. O resultado é impressionante. Tem gente que só percebe a presença de Liu quando ele se movimenta.
Vale registrar que Liu não é mais um desses artistas conceituais que existem por aí. Nada contra a arte conceitual, muito pelo contrário. Acho até muito interessante como forma de expressão, mas que tem muito maluco plantando bananeira e chamando aquilo de arte, tem.
Não é de forma alguma o caso deste artista, que já participou de grandes exposições, inclusive individuais, não só em galerias famosas de seu próprio país, mas também na França, Itália e Estados Unidos. Agora, com as fotos da série Hide in the city, ele passa a ser conhecido e reconhecido internacionalmente.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Será mesmo a Madonna?

Ai, que horror!!! Um paparazzi inglês clicou Madonna assim quando ela saía domingo de um restaurante em Londres. O Daily Mail chegou a comparar o visual de Madonna com uma peça de anatomia e afirma que ela tem exagerado na musculação.

Vozes da Informação

Todos os anos se formam, só no Estado do Rio, pelo menos cinco mil novos estudantes que pretendem atuar na área de Comunicação, dos quais, 70% querem ser jornalistas. Os futuros colegas (e todos os que dão valor à mídia) deveriam conferir o programa Vozes da Informação, que estréia hoje, às 21h, no Canal Brasil. Será um programa curto, em torno de 22 minutos, mas profundo, abordando os bastidores da imprensa.

Dirigido por Jorge Brennand Jr., será um "bate-papo sem censura com os mais renomados jornalistas brasileiros. Entre os entrevistados estão nomes como Ruy Castro, Sergio Cabral, Simon Khoury, Arthur Dapieve, Nelson Hoineff, entre outros. Durante a conversa, eles relembram seus trabalhos mais importantes, revelam passagens curiosas de suas carreiras e analisam momentos marcantes da imprensa nacional.
O crítico musical Nelson Motta, por exemplo, lembra a polêmica capa da Veja que, em 1989, estampava o cantor Cazuza doente com a manchete: "Uma vítima da Aids agoniza em praça pública." Já Joaquim Ferreira dos Santos revela que, na verdade, gostaria de trabalhar com Chacrinha
Vale a pena deixar a novela de lado na segunda-feira. Aliás, por falar em novela, vocês sabiam que é possível assistir ao capítulo do dia anterior inteirinho e sem intervalos comerciais pelo You Tube? Pois eu só fiquei outro dia fiquei sabendo disso e, pelo menos pra mim que não gosto de perder novela, foi uma libertação!

Corporativismo médico

O Sidney Rezende está acompanhando. Vira e mexe toca no assunto e diz que vai ficar em cima. Grávida de nove meses, Manuela Costa, de 29 anos, foi até o Miguel Couto em busca de atendimento. Lá, o médico de plantão, José Roberto Tisi Ferraz, rabiscou em seu braço o nome da maternidade Fernando Magalhães, em São Cristóvão, e as linhas de ônibus que ela deveria pegar para chegar. O resto, todo mundo sabe. Manuela foi submetida a uma cesariana de emergência e perdeu o bebê.

Depois de faltar duas vezes ao depoimento na delegacia, José Roberto Tisi Ferraz disse que quando examinou Manoela ela não apresentava sintomas de gravidez de risco. Engraçado, porque no boletim dela, o doutor escreveu “hipótese diagnóstica de trabalho de parto prematuro”. Sobre o fato de ter escrito no braço de Manoela o número da linha de ônibus e o nome do hospital (que coisa humilhante!), o médico justificou que não havia papel por perto para fazer a anotação.

Pior é que não foi só uma vez. José Roberto teria escrito nos braços de duas outras grávidas que atendeu (ou não atendeu, né?) o número dos ônibus que deveriam pegar para chegar na maternidade municipal. Para ele, o quadro era o mesmo. Elas não estavam em trabalho de parto e ponto final.

Sidney Rezende contou hoje em seu blog que esteve na Cremerj para saber que providências foram ou estão sendo tomadas para esclarecer o caso. Disseram que foi aberta uma sindicância para apurar a denúncia, que o procedimento é sigiloso e processos assim costumam durar no mínimo seis meses. Até um ano. Informaram também que caso o médico seja condenado, as penas públicas poderão ser censura pública, suspensão de 30 dias ou até cassação de registro, desde que esta medida seja referendada pelo Conselho Federal de Medicina. Até lá, todo mundo já esqueceu. Ou alguém duvida do tal corporativismo médico?



domingo, 26 de julho de 2009

Ainda as fotos inéditas de Regina Lo Bianco

O post Fotos inéditas de Friburgo tiradas durante vôo de helicóetero ainda vem rendendo comentários e até polêmicas. Hoje recebi um e-mail da autora das fotos, Regina Lo Bianco, pedindo que eu colocassse um comentário no blog, que ela, por alguma razão, não estava conseguindo. Preferi colá-lo aqui mesmo, vejam:
"Ano passado fiz uma exposição na Energisa Cultural colocando em evidência problemas gravíssimos da cidade: desmatamento, construções irregulares, poluição visual, degradação dos rios, violência, depredação do patrimônio cultural, enfim problemas urbanos típicos das cidades brasileiras. Agora, neste exato momento estou curtindo as belezas naturais da cidade e todas as suas possibilidades. Meu foco está voltado para como podemos desenvolver estas possibilidades. Por isso, não se trata de omissão mas de olhar para um outro lado."
(Regina Lo Bianco)
Falou e disse, Regininha. De fato, ela tem um olhar todo especial para as inúmeras belezas de Friburgo, mas jamais perdeu de vista suas mazelas. Qualquer hora a gente mostra aqui.

sábado, 25 de julho de 2009

Marisa Monte - Infinito Particular Live "Altas Horas"

Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cony, porque não te calas?

Confesso que por essa eu não esperava. Gosto tanto do Cony escritor que acabo misturando as coisas. Mas não é de hoje que Cony está no caderninho de tanta gente boa e que sabe das coisas. Agora, então, depois desta coversa com Arthur Xexéo e Heródoto Barbero na CBN, a imagem de Cony ficou pior ainda. Imaginem que ele livrou a cara do Sarney e disse não achar o nepotismo algo assim tão grave. Quem comentou as lamentáveis declarações de Cony foi o Reinaldo Azevedo, da Veja, em seu blog. Ele pegou pesado e mandou ver. “Esse é Cony, que recebeu uma das maiores indenizações pagas no país como ‘perseguido’ do Regime Militar: R$ 1,5 milhão e pensão mensal de R$ 19 mil...”. Mas é melhor ler na fonte. O Cony devia era ter ficado quieto. Cony, porque não te calas?

Tem coisa mais irritante que telemarketing?

Poucas coisas me irritam tanto quanto receber ligações de telemarketing. E o pior é que elas acontecem sempre quando você menos tem tempo a perder. Tenho até uma certa pena dos pobres coitados que por falta de opção profissional são obrigados a encarar um emprego desses, mas a verdade é que eu não tenho nada com isso. E nem sempre (ou melhor, raramente), meu bom humor e minha paciência são suficientes para tratá-los com, digamos, um mínimo de cortesia ou, como queiram, de educação.

O que me alivia um pouco é saber que não sou só eu. Pelo que sei, todo mundo, mas todo mundo mesmo, reage de modo semelhante a estas investidas desagradáveis de bancos, empresas de telefonia, provedores de internet e por aí afora. Mas deve funcionar, caso contrário não insistiriam tanto com uma estratégia que incomoda uma boa parte, senão todos os seus ambicionados clientes.

Não conheço ninguém que tenha feito um bom negócio a partir de uma ligação dessas, ou que tenha se dado bem com isso. Por essas e outras, já tenho uma série de desculpas e patadas prontas a serem desferidas contra os teleatendentes mais chatos e insistentes (todos eles, aliás).

Uma dica: corte imediatamente. Já percebi, já constatei. Não adianta ter educação. Se você der um mínimo de atenção, fica muito mais difícil cortar. Outro dia uma amiga me ensinou um truque tem se revelado infalível. Ao ouvir aquela dicção inconfundível e aquele sotaque paulista diga apenas que você ou a pessoa que procuram não mora mais ali. Funciona milagrosamente. Antes eu dizia apenas que não estava, mas queriam saber a que horas poderia ser encontrada e ligavam mesmo naquele horário, na maior desfaçatez. Se você cair na besteira de dizer "só à noite", pode ter certeza, um mala vai te ligar exatamente na hora em que você estiver jantando ou assistindo sua novelinha.

Depois que comecei a usar esta tática, ou seja, a dizer que não morava mais na minha casa, as ligações de telemarketing diminuíram consideravelmente. Vale a pena experimentar.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Uma viagem o concerto de Arthur Moreira Lima

O mínimo que se pode dizer do concerto de Arthur Moreira Lima ontem no Festival de Inverno é que foi uma viagem. O público (respeitoso desta vez) lotou, literalmente, o Teatro Municipal (cujo nome é Ariano Suassuna, mas estão querendo rebatizar, vê se pode, mas isso já é outra história). Vi gente sair do concerto chorando e não foi à toa não. Aquelas mãos mágicas emocionam a qualquer um dotado de sensibilidade.

Claro que Chopin ajuda. Afinal, Chopin é provavelmente o compositor erudito mais popular do mundo. E Arthur Moreira Lima sempre procurou fazer um trabalho de democratização da música erudita. Então, até para seduzir a platéia e fazer o povo entrar no clima, Arthur Moreira Lima abriu o concerto com peças curtas e bem conhecidas, que a gente ouve até em audições de piano, como o Noturno em dó menor e a Grande valsa brilhante. Mas foi só pra esquentar.
Terminou a primeira parte com Scherzo e na segunda, atacou com mazurcas. Um espetáculo. Aplaudidíssimo, sentou-se de novo ao piano para deleite de todos e nos brindou com um clássico da MPB romântica. Nada mais nada menos que Teus olhos, de Garoto, que todo mundo conhece ( "Teus olhos / são duas contas pequeninas / qual duas pedras preciosas / que brilham mais que o luar..."). Aí a plateia foi abaixo. Delírio total. Não dava vontade de deixar o homem ir embora. (Foto: Daniel Marcus)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sintonia e sinfonia

Estava aqui em casa ouvindo Chopin para entrar no clima da apresentação de Arthur Moreira Lima hoje à noite. Tenho saído muito atualmente, com frio e tudo. Também, pudera. Com Festival de Inverno, Festival de Dança, tanta coisa acontecendo aqui na serra o jeito é se agasalhar, beber umas e outras, deixar a preguiça de lado e correr pra pegar um bom lugar.
E ainda tem gente que diz que em Friburgo nada acontece. Já falei sobre isso aqui no blog, mas já tinha pensado em voltar ao tema até em função de um comentário feito pela Liliana Sarquis. "Claro, não estamos no Rio nem em São Paulo, mas quem diz que Friburgo não tem nada é realmente muito desinformado ou tem muita má vontade", ela disse.

Assim como a Lili, já vi músicos magníficos se apresentando para meia dúzia de pessoas. Nem os músicos da terra marcaram presença, vai entender. E não é só com música não. Já fui a uma peça com Paulo Gracindo (Paulo Gracindo, gente!) de graça no Sesc com metade da plateia vazia. Há alguns anos, atendendo a um pedido meu, o Zuenir Ventura, meu querido primo, guru e mestre veio a Friburgo conversar com a galera lá do curso de comunicação da Candido Mendes, onde dou aula. Fiquei morrendo de vergonha. Sem brincadeira, não tinha nem vinte pessoas na sala, apesar da divulgação dentro e fora da faculdade.
E não é só com gente de fora não. Lili, que sai muito mais do que eu, diz que já reparou. Os músicos locais não costumam ir aos shows de seus colegas, os artistas plásticos quase não aparecem nas exposições, assim como nossos atores e atrizes também não prestigiam as peças de teatro montadas sabe-se lá com que sacrifício, por seus colegas daqui. Agora, quando vem um global, falta lugar, tem que comprar com antecedência, pois senão a pessoa fica sem ingresso. Pode?
Liliana me contou que ao rebater o comentário de um amigo sobre o fato de Friburgo nada ter para se fazer, ele acabou por concordar, mas saiu-se com esta pérola. "É, na verdade tem, mas o que falta mesmo é divulgação". Ah, fala sério! Quem só assiste TVs do Rio e de São Paulo (temos três canais locais, gente!), não lê A Voz da Serra nem pela internet, não entra em sites locais, não ouve as rádios da terra, não vê cartazes nas ruas e, principalmente, só sabe falar (mal) da vida alheia e não conversa com ninguém sobre estes assuntos certamente não vai saber nunca o que está acontecendo.
Não falta divulgação, falta é interesse e ponto. Muitas coisas acontecem no Rio que não são nem divulgadas e ficam lotadas. O que estas pessoas querem? Que a produção vá de casa em casa convidando as pessoas???
Liliana tem toda razão. A maior parte dos que reclamam, na verdade só quer sai de casa pro oba-oba, pra dizer "eu fui ao show de fulano". Desde que fulano esteja na mídia ou seja chique dizer que gosta dele. E aí acontece o que vimos no Carmina Burana: gente que no fundo acha um saco música erudita, mas que foi só pra dizer que é culto. E a impaciência de ouvir a tal música aliada à má educação acabou por incomodar quem realmente gosta com conversas e risos, falando ao celular etc...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Adoro um bazar chique!

Estou resistindo, resistindo, mas já sei que vou acabar dando uma passadinha. Nem que seja só pra olhar.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Carmina Burana, o destaque maior do Festival de Inverno

O vento não deixou em paz o cabelo do maestro Silvio Viegas
Foi lindo, gente. Esplêndido. Repito, nada entendo de ópera, assim como nada entendo de balés e vinhos. Apenas gosto deles. Ou não. E Carmina Burana me emociona desde a primeira vez que a ouvi e a cada vez que ouço. Então, assistir a Orquestra Sinfônica e Coro do Teatro Municipal do Rio de Janeiro de perto naquele cenário representou, para mim, um momento do mais puro encantamento.

Sabe-se lá porque motivos o fato é que acho Carmina Burana uma peça altamente sensual, erótica até, eu diria. Aquele começo vibrante, eletrizante, apoteótico, seguido de partes mais suaves, sutis, mas nem por isso menos intensas, tudo isso me remete a sonhos e delírios. Será que sou só eu que sinto assim?

Num comentário feito em outro post, minha amiga Liliana Sarquis classifica Carmina Burana como uma obra estranha. “Tão estranha quanto a sua história”, diz. Estranho é pouco, eu diria. Não tenho a menor idéia da história de Carmina Burana, mas concordo com Lili. Carmina Burana parece mesmo “toda quebrada, meio sem nexo, um quebra-cabeças que se fecha no final, com a (quase) repetição da roda da fortuna, a parte inicial”. Isso pra dizer o mínimo.

Em muitos momentos eu fechei os olhos e me deixei levar pela imaginação. Vislumbrei cenas, possibilidades, reminiscências, viajei geral. Nem senti o tempo passar, apesar do desconforto daquele gramado.

Mas como tem gente sem educação! Não estou nem falando dos aplausos antes do final da apresentação, mas de pessoas conversando, falando alto, rindo, aparelhos celulares tocando, o cúmulo da falta de civilidade. Tivemos que mudar de lugar por causa de uma autoridade que não deu a mínima nem quando o encarei com cara de ódio e continuou no maior papo durante um dos trechos mais bonitos do espetáculo. Que babaca. (Fotos: Lúcio César)

Embarco na onda... Feliz dia do amigo pra todos vocês!

Não sou muito chegada a dia disso, dia daquilo não. Mas já recebi trocentas mensagens me desejando felicidades neste dia e de pessoas queridas me jurando amizade eterna. Fiquei feliz mesmo. Retribuo aqui neste post, muito rapidamente, pois pra variar estou correndo, tenho uma reunião às 11h, faltam exatos 15 minutos, dá tempo. Um beijo pra vcs. todos, meus amigos queridos de hoje, de ontem e, quem sabe, de amanhã. O tempo nos torna cada vez mais seletivos mas neste particular a vida sempre me reserva gratas surpresas. Já sei que vou passar o dia lembrando dos muitos amigos que já se foram e das histórias que vivemos juntos. Saudades daqueles com quem não posso conviver tão de perto como gostaria. Que bom a gente ter agora a internet, que dribla a até então implacável geografia que nos afastava tão irremediavelmente. Estamos juntos de novo e isso é bom demais.

domingo, 19 de julho de 2009

Vanessa da Mata e Ben Harper -- Boa sorte/Good Luck - VMB

Dá prá cantar junto, mas pena que o Ben Harper não veio...

Vanessa da Mata no Festival de Inverno

Estamos em pleno Festival de Inverno. Daqui a pouco vou atravessar a rua (sorte a minha) e irei aqui pro Country assistir Carmina Burana com a Sinfônica do Teatro Municipal, oba!!! Ontem à noite fui curtir Vanessa da Mata, que não chegou a empolgar, a não ser em Não me deixe só, Boa sorte e Ai, ai, ai. Mas a noite estava agradável, nem fez tanto frio apesar de uma leve garoa no final. O Country estava lotadíssimo, quem chegou em cima da hora não conseguiu lugar no gramado e teve de ficar em pé e quase não dava pra ver o palco montado na ilha. Não custa perguntar, como ficará o gramado do clube depois do festival, em? A foto é do meu parceiro de A VOZ DA SERRA, Lúcio Cesar.

Fotos inéditas de Friburgo tiradas durante vôo de helicópero

Vargem Alta e São Pedro da Serra
Braunes
Vista parcial do centro da cidade

Vista parcial do centro
Plantação de flores em Vargem Alta

Mury
Conquista
Conquista
Caledônia
Conhecida por suas belas fotos de Friburgo, a fotógrafa Regina Lo Bianco foi convidada pelo prefeito Heródoto Bento de Mello a fazer um passeio de helicóptero e registrar as cenas que visse lá de cima. Este blog tem a honra de mostrar pela primeira vez algumas destas imagens. Só uma pequeníssima amostra, claro, pois Regina deve ter feito pelo menos uns 200 cliques durante o vôo, que durou quase duas horas.
Eles sobrevoaram a cidade toda e também os arredores: Conquista, Conselheiro Paulino, Mury, Vargem Alta, São Pedro, Lumiar, Toca da Onça, Rio Bonito, Macaé de Cima, Amparo... Regina disse que o que mais lhe impressionou foi a quantidade de áreas verdes. “A cidade está mesmo situada dentro de um parque. As montanhas, as matas, os rios, os vales... é tudo muito bonito! Temos áreas enormes intocadas”.
Regina também destacou a vista que se tem do Caledônia. "É impressionante. Pude fotografar a montanha quase inteira”.
Perguntei a ela se lá de cima dava para perceber algumas das mazelas que já afligem Nova Friburgo, como a favelização e o desmatamento, mas discreta como sempre, Regininha saiu pela tangente. “A visão que temos sobrevoando a cidade é muito interessante: é possivel mapear aspectos desconhecidos, principalmente a questão do crescimento do centro da cidade”. E nada mais disse.

José de Alencar: mais uma cirurgia?

Tadinho do José de Alencar. E sempre bem humorado, rindo, encarando todo este calvário sem reclamar. Morro de pena dele.

sábado, 18 de julho de 2009

Billie Holiday, My Man

Mas ela vive em mim, traz tantas lembranças boas, transborda afeto..
Eternamente Billie.

Mais um que está se lixando para a opinião pública

Que coisa! Como é que um homem público pode fazer uma declaração dessas na maior cara de pau, na maior insensatez! Além do mais, como um político pode ser tão tapado que nem pesa as consequências de suas palavras.
O senador Paulo Duque (PMDB-RJ), que atualmente preside o Conselho de Ética do Senado declarou alto e bom som que não está se importando com a opinião pública. “Não estou preocupado com isso. A opinião pública é muito volúvel. Ela flutua. E quem tem muita influência sobre ela são vocês, jornalistas”. Não parou por aí. Disse que não tem medo de ser cobrado pela sociedade se as denúncias contra Sarney forem arquivadas. “Não temo ser cobrado por nada. Quem faz a opinião pública são os jornais, tanto que eles estão acabando”, finalizou, numa alfinetada desnecessária e levemente agressiva.
Na mesma hora lembrei de outro político cínico (como era o nome dele, em?) que dizia
"estar se lixando para a opinião pública" (bendita internet, fui procurar e achei logo, era um deputado gaúcho chamado Sérgio Moraes, então do PTB, não sei nem quero saber que fim levou).
Tudo farinha do mesmo saco. Duro de engolir.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Uma cerâmica que é arte pura




Conheci Elizabeth e Gilberto Paim há alguns anos num jantar na casa dos Grey (Roberto e Tereza), mas já admirava profundamente este casal de artistas pela sensibilidade e beleza de seu trabalho. O dois se conheceram na faculdade de comunicação, são casados há 30 anos, passam o tempo todo juntos até porque partilham não apenas a cama e o atelier, mas sua própria arte.
Sim, cada um tem um trabalho individual, uma assinatura, mas muitas de suas peças são criadas a quatro mãos. Todas são lindas, aliás, muito mais que lindas, eu diria, perfeitas. Gilberto e Elizabeth não se contentam com menos. Buscam a perfeição e isso fica nítido em cada um de seus trabalhos. Os estilos, conceitos, formas, texturas, cores e grafismos, tudo é muito estudado e, sobretudo, cuidado. Estão sempre pesquisando novos insumos, óxidos, tempo de queima e cores. O resultado é esplêndido.
Não é à toa que o casal conseguiu se destacar no cenário da arte contemporânea brasileira fazendo cerâmica, segmento que aqui no Brasil muitas vezes sequer é tratado como arte, ficando a meio caminho do artesanato e do industrializado.
Não no caso de Elizabeth e Paim. O que eles fazem é arte pura e quem sabe das coisas reconhece isso. Atualmente, suas cerâmicas são comercializadas com exclusividade pela sofisticada
Interni, no Jardim Botânico. (Fotos: Rômulo Fialdini)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Está provado, elas preferem a internet!

Saiu no Wall Street Journal. As mulheres estão preferindo navegar a fazer sexo. Que a internet seja a droga do novo século não temos mais nenhuma duvida, entre Messenger, Twitter, Orkut, Facebook, Skype, blogs etc. O tempo é quase insuficiente para dedicar-se à vida normal, mas quem teria imaginado que tudo isso poderia ocupar o lugar do sexo?
Poia uma pesquisa recente mostrou que estatisticamente, 46% das mulheres americanas entre 22 e 34 anos, entre até duas semanas sem ter relações sexuais e duas semanas sem internet escolheram ficar sem transar. E o percentual aumenta para 52% na faixa etária de 35 a 50 anos. Entre os homens, a percentagem foi menor, apenas 30% dizem preferir internet ao sexo.


terça-feira, 14 de julho de 2009

Falsos íntimos

Até por força de minha profissão, conheço muita gente, ando pela rua cumprimentando deus e o mundo e mesmo com pressa, vira e mexe tenho que parar com uns e outros para um rápido bate-papo. Nestes encontros, esbarro com algumas pessoas com as quais não tenho nem nunca tive a menor intimidade, mas que me tratam como se me conhecessem desde criancinha. Saco.
Os muitos anos vividos no Rio me tornaram muito despojada, do tipo que fala com todo mundo, que puxa conversa em fila, que conhece pelo nome os empacotadores do supermercado e os frentistas do posto de gasolina. Mas sempre estranhei excesso de intimidade. Tudo tem limite.
Detesto quando um guardador de carro ou o garoto que vende mariola no sinal me chama de "tia". Detesto quando vendedoras me chamam de "querida". Aliás, os vendedores e vendedoras merecem é um post à parte. São imbatíveis. Parecem ter sido treinadas para forçar uma intimidade com você que, em absoluto, lhes foi concedida. Comigo, não funciona. Saio da loja na mesma hora sem comprar nada.
E aqueles que gostam de chamar celebridades ou personalidades pelo nome, em? Você, certamente, conhece alguns. Outro dia estava numa roda de amigos, conversava-se sobre política e um deles diz: "o Meireles me disse que..."O Meireles a que ele se referia era nada mais nada menos que o presidente do Banco Central. Tem cabimento essa falsa intimidade toda? Não, não tem. Estas pessoas me passam a impressão de estar querendo pegar carona no prestígio dos outros a fim de se promover ou de querer contar vantagem, o que dá no mesmo. Tem muito disso entre jornalistas e publicitários, chega a ser constrangedor.
Hoje estou chata que dói, perdoem.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Evian Roller Babies international version

Bebês patinadores é o vídeo mais assistido do momento. Se você, como eu, ainda não tiver visto, não deixe de ver. A propaganda da água mineral Evian com estes bebês super fofos dançando e andando de patins é o máximo! O vídeo entrou no ar agora e já foi acessado sei lá quantos milhões de vezes. Não me canso de ver.

domingo, 12 de julho de 2009

Livro de Dom Clemente Isnard que defende fim do celibato e ordenação de mulheres causa frisson na Igreja

Conheci Dom Clemente Isnard nos idos de 1960 quando ele veio para Friburgo. Foi o primeiro bispo da paróquia e ainda me lembro de sua chegada e da admiração que senti por ele desde o primeiro momento e que se aprofundou com o passar do tempo. Era um religioso de vanguarda, comprometido com os pobres, simpatizante dos movimentos de esquerda. Deu abrigo a muita gente que sofria perseguições e durante um período, chegou a ceder uma sala na Cúria para nossas reuniões. Tempos bicudos aqueles.
Pois agora fico sabendo que do alto de seus 90 anos, lúcido e ativo, Dom Clemente Dom Isnard acaba de lançar um pequeno livro que está provocando um discreto, mas profundo tremor na Igreja: “Reflexões de um bispo” (Editora Olho Dágua, SP). Dom Clemente sofreu pressões de todo tipo para não publicá-lo, mas sempre foi tinhoso e coerente. Não se deixou intimidar.

Para começar, o abade do mosteiro de São Bento, mesmo sem ter lido os originais, lhe pediu para desistir, afirmando que aquele livro lhe traria “muito sofrimento e respingos para o mosteiro".
A perseguição estava apenas começando. Dom Lorenzo Baldisseri, o Núncio Apostólico, entrou em ação e proibiu a Editora Paulus (antiga Paulinas) de publicar o livrinho de Dom Clemente. Prontamente, ele procurou outra editora, no caso a Olho Dágua.

Quando viu que o livro ia sair mesmo, o cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eusébio Oscar Scheid pediu (ou melhor, ordenou) que 14 bispos escrevessem a Dom Clemente intercedendo pela não publicação. Mas ele não cedeu.
“Eu devo um testemunho. Como diz o padre Comblin (grande teólogo da Igreja), os velhos dizem as coisas”, disse. O fato é que mesmo sem pretender atentar contra a fé católica, Dom Clemente expressa o que muitos bispos pensam e gostariam de dizer acerca de temas ainda tidos como polêmicos ou tabus dentro da igreja católica. A vocação sacerdotal não celibatária, o lugar da mulher na Igreja, as ordenações femininas, a nomeação dos bispos com participação popular e a sucessão apostólica estendida a todos os bispos.

Marcadores para esta postagem: Dom Clemente Isnard, “Reflexões de um bispo”, Editora Olho Dágua, Dom Lorenzo Baldisseri, Dom Eusébio Oscar Scheid, padre Comblin, Igreja Católica

Perfeição

Detalhe de O Rapto de Proserpina, escultura de Gian Lorenzo Bernini (1598/1680)
Marcadores: Gian Lorenzo Bernini

Só faltava essa...

Crazy Notice: Cigarro ligado na tomada

sábado, 11 de julho de 2009

As cerejeiras estão de volta


Friburgo está linda, toda florida. As cerejeiras em flor estão por toda parte, com sua delicadeza e, ao mesmo tempo, toda sua exuberância. Beleza efêmera, que só pode ser admirada uma vez por ano, durante duas a três semanas apenas. Neste curto espaço de tempo, porém, as cerejeiras dão um espetáculo à parte, colorem nossas ruas e parques.
Aqui em Friburgo tem até festa para saudar a floração das cerejeiras, organizada pela colônia japonesa, no lindo sítio da família Matsuoka, que fica na estrada Friburgo-Teresópolis. A festa acontece sempre no início de julho e reúne mais de 300 japoneses e descendentes de japoneses, numa espécie de piquenique debaixo das cerejeiras em flor, com direito a muito yaksoba, sashimis e sushis, danças típícas e karaoke.
Em tempo: Estas fotos foram tiradas no Parque São Clemente, sede do Nova Friburgo Country Clube, e têm a assinatura de Regina Lo Bianco, famosa por suas fotos da privilegiada natureza aqui destas serras, registrando, principalmente, os locais onde ela permanece mais intocada, como Macaé de Cima, Rio Bonito, Lumiar, São Pedro, Galdinópolis e por aí afora.
Marcadores para esta postagem: cerejeiras, Família Matsuoka, Circuito Tere-Fri, Parque São Clemente, Nova Friburgo Country Clube, Regina Lo Bianco

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Deborah Colker - Cruel

Quem perdeu, morra de inveja... Quem foi, pode curtir de novo...

Amigos promovem exposição para lembrar Luciano Maurício



(A Voz da Serra de hoje)
Exposição lembra Luciano Maurício, o mestre das naturezas-mortas
Dalva Ventura
Os numerosos amigos de Luciano Maurício têm um encontro marcado nesta sexta-feira, 10, às 19h30, no Centro de Arte (Praça Getúlio Vargas 71, Centro), quando será inaugurada a exposição deste grande artista, que viveu em Nova Friburgo durante mais de vinte anos, entre as décadas de 70 e 90.
Mesmo após a sua morte, em 2004, suas obras continuam inquietantes, vivas. Até hoje Luciano é cultuado como um dos mais importantes criadores de naturezas mortas do país. Ele foi uma espécie de guru para toda uma geração. Mais que um artista, Luciano era poeta, pensador, filósofo, enfim. Um mestre na completa acepção desta palavra. Sua sensibilidade aflorava não apenas em seus quadros, mas em tudo o que fazia.
Artista plástico de grande expressão, reconhecido nacionalmente, Luciano viveu em Nova Friburgo durante muito tempo. Sua casa estava sempre de portas abertas para os amigos, que eram muitos. Que figura incrível o Luciano! Que obra igualmente incrível! E que papo! Luciano estava sempre aberto para ouvir e conversar, com sua ironia fina, seu sarcasmo, sua sabedoria, sua delicadeza, sua maneira peculiar de ver a vida.
Gostava de contar histórias sobre o tempo em que trabalhou como cenógrafo na TV Tupi e suas aventuras, desventuras, amores e casamentos, que foram inúmeros. Falava muito de Di Cavalcanti, com quem partilhou atelier durante muito tempo. Luciano contribuiu significativamente para a formação de muitos artistas friburguenses, nem tanto através de aulas, mas principalmente pela convivência.
Em uma entrevista a Roberto Grey na extinta revista Zoom, ele declarou: “A promiscuidade do Rio estava me aporrinhando a paciência. Aqui há a possibilidade do silêncio”. E continuava: “Quando vim aqui pela primeira vez não vi só um arco-íris; vi uma dezena. A partir de Mury, os arco-íris se cruzavam. Senti que esta era uma terra mágica”. Na entrevista ele contava ter se assumido como artista desde que entrou para a Escola de Belas Artes, aos 20 anos, mas ainda tinha dúvidas. Escrevia poemas e até fazia parte de um grupo de poetas. Mas confessou a Grey que era fraco como poeta. “Ainda bem que não me iludi com o que o Drummond - talvez num momento de carinho por mim - me disse, que eu seria o maior poeta da minha geração”.
O fato é que, para ganhar seu sustento, Luciano tinha uma série de atividades paralelas, até porque, pintura moderna não vendia nada naqueles tempos. Trabalhou como avaliador na Caixa Econômica, foi calculista de concreto, deu aulas de cálculo, foi locutor da Rádio Nacional. Já mais próximo das artes plásticas, atuou durante bastante tempo como cenógrafo, foi professor de cenografia no Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde também mantinha um curso de pintura e, no Rio, dirigiu a cenografia da TV Tupi.
Também dirigiu a Petit Galerie, em Ipanema, na época do boom do mercado de arte no Brasil.Sua importância dentro do universo de artistas plásticos brasileiros é inquestionável. Fez diversas exposições individuais nas principais galerias de arte do país e participou de vários Salões Nacionais e da Bienal de São Paulo, onde ganhou medalha de prata. Quando jovem, ensinou pintura na Escola do Povo, uma criação de Portinari, e trabalhou algum tempo como assistente de Di Cavalcanti.
As naturezas-mortas são marcas registradas de Luciano Maurício. Só que são trabalhos muito diferentes das naturezas-mortas acadêmicas que se vê por aí. “A natureza-morta é para mim um pretexto para colocar um recado. Muitas das naturezas-mortas que pinto são incrivelmente eróticas. Faço-as em clima de alta tensão ou melhor, de alta tensão. A maioria das pessoas não percebe porque ainda há esse negócio de pensar que natureza morta é para sala de jantar”, declarou certa vez.
Luciano Maurício morreu em 2004, com 79 anos, mas sua presença continua mais viva do que nunca. Sua exposição poderá ser visitada de terça-feira a domingo, até 30 de julho, das 10h às 21h. (Fotos: Paulo Henrique)

Ainda sob o impacto de Deborah Colker

Semana sinistra esta, com muuuuuuuuuito trabalho, compromissos, encontros e desencontros, pagamentos, filas, supermercado, dentista, estresses vários, com direito até a amassado no carro ao manobrar na garage. Maldita pilastra.

Enfim, no meio disso tudo, um alento, um bálsamo. Deborah Colker em plena terça-feira de lua cheia. Apesar do desconforto daquelas arquibancadas de madeira do Sesc (ninguém merece), tivemos direito a assistir a um espetáculo deslumbrante e que subiu a serra completo, o que nem sempre acontece. Então, com exceção do conforto, estava tudo perfeito, som, iluminação, cenário e a presença da própria Deborah, que pela primeira vez não dança e fica apenas no comando da trupe.

Cruel é bem diferente do que eu imaginei. Sei lá porque, fiquei com a impressão de que teria muito Vivaldi, o que não aconteceu. Sim, tem Vivaldi, para mim, um dos momentos mais bonitos do espetáculo, mas só por um breve momento. Até porque as cenas são todas muito rápidas, muito dinâmicas, tudo muda o tempo todo, o cenário, os figurinos, a trilha sonora, a concepção do espetáculo, enfim.

No intervalo, algumas pessoas comentavam não estar entendendo nada. Ora, ora, balé não é para entender, é para viajar na música e no movimento, acho eu. A própria Deborah falou que Cruel "não é peça, não é novela, não é libreto". Mas fica claro para qualquer um dotado de um mínimo de sensibilidade, que o fio condutor de Cruel é o amor, um olhar cruel sobre o amor, sentimentos muito conhecidos por todos nós, como ciúme, frustração, decepção, traição.

Mesmo abordando esses temas, Cruel está longe de ser um balé pesado, muito pelo contrário. É alegre, bonito e muito, muito romântico e sensual. Além de muito louco também. Impressionante o que aqueles bailarinos são capazes de fazer com seus corpos e o que Deborah Colker é capaz de inventar num palco. (Foto: Daniel Marcus)


Palavras de Deborah Colker
"O desejo é cruel. Trabalhei a condição humana do desejo, desejo que a gente não escolhe, que muitas vezes é proibido, mas que existe. Desejos que jorram dentro e a gente tem que aprender a administrar. Então, neste processo de nó, eu pensava como tem tantas coisas na vida da gente que são cruéis. A velhice, a juventude, a paixão, o amor, a traição, a rejeição, a beleza. Tanto as situações fascinantes da vida como as difíceis são cruéis".


quinta-feira, 9 de julho de 2009

Tentaram corromper o Museu da Corrupção

Gente, olhem isso aí, que horror, hackers invadiram o nosso Museu da Corrupção, um dos sites mais interessantes que já vi e um dos primeiros que coloquei na minha lista de "Blogs e sites legais" que fica bem ali, a direita da página. Leiam direto na fonte. Diário do Comércio.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Para espantar o frio...

Quem diz que em Friburgo nada acontece só pode ser mal informado ou mal intencionado mesmo. Evidentemente, a gente deixa de ter acesso a muita coisa legal que acontece no Rio, mas que tem muita coisa bacana por aqui, lá isso tem. Hoje, por exemplo, tem o balé Cruel da companhia Deborah Colker de graça no Sesc. Com o frio que está fazendo dá mais vontade de voltar correndo prá casa e ficar debaixo das cobertas com o aquecedor ligado no máximo e tomando um vinho, mas certas coisas não se pode deixar de assistir. Já mandei buscar meu ingresso. Vou estar lá vibrando e me aquecendo com aqueles corpos que falam tudo só com movimentos. Quanto mais que em Cruel aqueles bailarinos que mais parecem de borracha dançam ao som de Vivaldi, um de meus compositores favoritos. Imperdível perde. (Foto Flávio Colker)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

A Fevest já começou

A Fevest já começou a movimentar a cidade, com hoteis e restaurantes cheios, gente diferente nas ruas em plena segunda-feira. Durante quatro dias, Friburgo vive em torno da moda íntima, o que dá um colorido especial a estes dias cinzentos e frios do começo da semana.
Segundo os organizadores, a feira atrai todos os anos mais de 20 mil visitantes de todo o Brasil e do exterior. Sei não, acho que não vem tanta gente assim como eles dizem. Este ano, então, as empresas investiram muito menos na feira. Com isso, a dimensão da Fevest ficou bem menor, o que de maneira alguma, diminui sua importância.
Não entendo porque, com algumas exceções, os friburguenses têm mania de diminuir sua terra, de criticar os eventos que acontecem aqui, de desvalorizar os talentos e os produtos da terra. Parece que torcem pra coisa dar errado, impressionante. Estou falando isso porque tenho ouvido muitos comentários negativos sobre a Fevest e os produtos fabricados aqui. Acho isso péssimo.

Pra começar, o Pólo de Moda Íntima de Friburgo emprega sei lá quantas mil pessoas e gera produtos que hoje em dia têm grande aceitação no mercado. Aqui são fabricados não só sutiãs e calcinhas como moda-praia, noite, fitness e matéria-prima para o setor. Outro dia eu passeava no Rio Sul quando dei de cara com uma loja linda da nossa CCM, fiquei toda boba olhando a vitrine.
Voltando à Fevest, vale registrar que ela possibilita um volume de negócios bastante significativo, o que é um alento não só para as confecções como para a combalida economia friburguense.

domingo, 5 de julho de 2009

Mentira tem perna curta

Primeiro foi a Dilma Roussef, que dizia ser mestre em teoria econômica pela Unicamp mas não chegou a concluir o curso. Agora quem foi pego na mentira foi o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Consta em seu currículo ser ele doutorado em Ciências Políticas/Relações Internacionais pela London School of Economics and Political Science (1968-1971), mas o próprio ministro admitiu que não concluiu o curso. Afirmou, porém, que nunca declarou o contrário. "Escrevi PHD abd, que é como eles usam nos Estados Unidos e na Inglaterra, que é all but dissertation (tudo menos a dissertação)", tentou se explicar.
Por via das dúvidas, Celso Amorim resolveu mudar seu currículo. Mandou colocar apenas "estudos de doutorado", mas até este momento, a correção não constava do site do Itamaraty. Já Dilma mandou retirar na mesma hora as "informações equivocadas" sobre seu currículo do site da Casa Civil. Na verdade, a ministra nunca foi “mestre em teoria econômica pela Universidade de Campinas (Unicamp) nem muito menos "doutoranda em economia monetária e financeira pela mesma universidade”, como constava no site. Faltou a dissertação que lhe daria o título. Ah, bom...

Da série "Gosto de ouvir conversa alheia"

O post sobre conversa alheia rendeu e para alegria de vocês, compartilho este papo incrível que ouvi esta semana enquanto comia uma pizza no shopping. O movimento estava fraco e dois garçons conversavam distraidamente sem notarem que eu estava prestando atenção no papo. Um deles disse: “Hoje tem muito mais viado do que homem nesse mundo”. E o outro acrescentou: “Sabe porque o mundo está assim? Porque antigamente os homens tinham que ser alguém pra ter uma mulher. Hoje, não, são as mulheres que pagam o motel, o restaurante, você não vê aqui? O que tem de mulher pagando conta pra homem!". E chegaram a esta conclusão: "Mulher hoje em dia não tem mais nem direito a homem!”…

Quebra de protocolo

Ainda não tinha visto esta foto de Michelle Obama abraçando a Rainha da Inglaterra, mas passei a admirá-la ainda mais depois que ela ignorou as regras de etiqueta do palácio de Buckingham. A rainha primeiro estranhou o gesto, mas logo aceitou o abraço e até retribuiu. Antes, outra cena não usual, Michelle e EIizabeth II elogiaram os sapatos uma da outra. Adorei ver a quebra de protocolo. Sempre que vejo comportamentos sendo quebrados penso em mudança e eu gosto de mudanças, são elas que fazem o mundo evoluir. Além do mais, torço muito pelo casal Obama. Voltei a ter esperanças na salvação do planeta depois que Obama foi eleito.

Professor Pasquale falou e disse, mas...

A declaração é do professor Pasquale: “A reforma ortográfica gerou confusão, textos mal escritos e interpretações diversas. Houve desperdício de dinheiro, água, papel e energia elétrica por um acordo que entrou em vigor precipitadamente, pois nem sequer Portugal ainda o adotou.” O problema é que a tal da reforma já entrou em vigor e, pelo que sei, de forma definitiva. não tem volta.

sábado, 4 de julho de 2009

Chico quer ser visto e reconhecido como escritor

"Noite de autógrafos de Chico provoca histeria”. Estava lá na primeira página do portal do UOL e como se tratava de Chico, abri o vídeo. Fiquei impressionada. Chico chega ao local onde vai participar de uma mesa literária ao lado de Milton Hatoum e é recepcionado por um monte de gente que tentava entrar sem ingresso, com direito a tumulto, empurra-empurra e tudo. Coitado do Chico, deve ter ficado constrangidíssimo. Afinal, ele foi à Flip como autor, não estava ali para fazer nenhum show. Não cabiam gritinhos histéricos de fãs naquele local.

Posso estar sendo mais uma vez preconceituosa, mas na minha opinião, aquelas pessoas ali foram à Flip sem ingresso e também sem nunca ter lido um livro de Chico. Conheço até quem nem se interessa em ler os livros dele, já lhes basta o Chico compositor e não escondem isso. Eu acho isso esquisitíssimo. É como gostar de alguém pela metade.

Chico é um grande escritor. Li todos os livros dele, desde Fazenda Modelo, o primeiro, a Budapeste, passando por Chapeuzinho Amarelo, que dei para minhas filhas, quando eram pequenas, um livro maravilhoso para crianças. Gostei mais de uns que de outros, claro, mas o que mais gostei foi Benjamim, sobre um ex-modelo fotográfico. Só não li ainda o recém-lançado Leite Derramado, tenho tido tão pouco tempo para ler...


Sim, os livros de Chico não são como suas canções, fáceis de agradar. São bons, mas não para todo leitor. Vocês não acham que cada tipo de autor tem seu tipo de leitor? Eu, por exemplo, não leio o Saramago, que muitos acham maravilhoso. Não gosto do texto prolixo dele, daqueles parágrafos enormes, daquelas frases gigantes sem ponto. O único que li foi Ensaio sobre a cegueira e só fui até o fim porque naquela época eu tinha esta mania. Continuar a leitura mesmo se não estivesse ligada no livro. Hoje não tenho mais tempo para isso. Se não me prender, parto para outro que a fila de livros que estão me tentando é grande.

Soneto de aniversário

Em homenagem a D este Soneto de aniversário de Vinicius

Passem-se dias, horas, meses, anos

Amadureçam as ilusões da vida

Prossiga ela sempre dividida

Entre compensações e desenganos.



Faça-se a carne mais envilecida

Diminuam os bens, cresçam os danos

Vença o ideal de andar caminhos planos

Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura



À medida que a têmpora embranquece

E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece...

Que grande é este amor meu de criatura

Que vê envelhecer e não envelhece.

(Rio, 1942 / Texto extraído da antologia "Vinicius de Moraes - Poesia completa e prosa", Editora Nova Aguilar - Rio de Janeiro, 1998, pág. 451)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O mestre maior está na Flip

O mestre está participando da Flip, em Paraty e amanhã vai falar sobre "Fama e anonimato". Ai, que vontade de estar lá. Gay Talese é meu mestre maior, meu ídolo do ponto de vista profissional. Bebi em suas fontes e a elas volto vez por outra só para me inspirar. O que sei de jornalismo aprendi lendo suas reportagens, seus artigos, seus livros.
Para quem não é do ramo, Gay Talese tornou-se conhecido pelo perfil que fez de Sinatra construído a partir de várias tentativas inúteis de entrevistá-lo. Um dos trechos do famoso “Frank Sinatra está resfriado” eu me lembro de cabeça. Era mais ou menos assim: “Sinatra resfriado é Picasso sem tinta, Ferrari sem combustível – só que pior.”
Foi Talese, enfim, quem adicionou à prática jornalística elementos da literatura (descrição de cenas, diálogos e, sobretudo, o ponto de vista dos personagens), transformando o próprio repórter em protagonista de suas histórias. Uma lição que se revela cada vez mais atual nestes novos tempos. Parece óbvio mas não é. Ainda tem faculdade de comunicação obrigando os alunos a construir lides clássicos e a respeitar a pirâmide invertida ao redigir suas matérias, respondendo pela ordem, às perguntas o que, quem, quando, onde, como e porque.
Por falar em faculdade de comunicação, vibrei ao ouvir a opinião de Gay Talese sobre o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo. “Um diploma não torna você um jornalista”, disse. “O que faz alguém um jornalista e, mais do que isso, um profissional necessário, é ter posse de informações que vão influenciar as escolhas dos cidadãos de um país”, concluiu. Falou e disse, mestre.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Tem cheiro de mamata...

Através de um artigo publicado na revista on line Envolverde, tomei conhecimento do projeto "Mulheres da Paz". Interessantíssimo. Onze mil mulheres (isso mesmo, onze mil!)atuando no sentido de apaziguar os morros cariocas. Fui fuçar no Google para saber mais. Bem, o programa começou a ser implantado no início do ano em comunidades do Rio de Janeiro - a maioria na capital e municípios como Duque de Caxias, Belfort Roxo, Nova Iguaçu, enfim, locais com altos índices de violência.

Ele foca a mulher por motivos óbvios. Existem muitas mulheres da paz nestes locais, líderes comunitárias que fazem de tudo para tornar melhor o lugar em que vivem. E que poderiam ser utilizadas como força-tarefa no sentido de retirar jovens do tráfico. Pelo trabalho, viabilizado pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), cada uma das "Mulheres da Paz" recebe R$ 190 mensais em troca de oito horas semanais para abordar pessoas entre 15 e 29 anos que estejam à beira da criminalidade e encaminhá-las a cursos profissionalizantes e programas sociais.

Sensacional, pensei. Muito, muito interessante. Em toda favela que se preze sempre há pelo menos uma mulher da paz. Então, era só uma questão de engajá-las oficialmente no projeto para ele dar certo. Só faltava casar o "Mulheres da Paz" com outro programa destinado a jovens em situações de risco, o que foi feito, inclusive oferecendo uma bolsa de cem reais para que frequentassem cursos profissionalizantes, como turismo, hotelaria, gastronomia etc.

Tudo muito bonito, mas... opa!!! Deparo-me, então, com alguns comentários postados aqui e ali. Bingo! Confirmei minha intuição, que me havia levado justamente a procurar de informar mais sobre o programa antes de falar maravilhas sobre ele aqui no blog.

Ao que parece, ele já nasceu bichado, um cabide daqueles grandões, enoooooooooooormes mesmo. O dinheirinho é pouco, é verdade. Mas tem muita mulher desempregada nos morros da vida querendo faturar 190 reais por mês. A corrida por uma boquinha foi grande. E teria havido muita mutreta na seleção, com direito a candidato de vereador trocando voto por vaga e tudo. Claro que muitas líderes comunitárias de verdade foram selecionadas, até para não pegar mal, mas com certeza, muitas ficaram de fora. Uma bela ideia que provavelmente não vai dar em nada, pois já começou sendo desvirtuada
. (Foto: Renato Diniz)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Myllena - Quando

Ouvi no carro o dia inteiro.

Thanks

Este blog se orgulha dos comentários inteligentes que vem recebendo desde que entrou "no ar". Valeu pessoal!