domingo, 28 de fevereiro de 2010

Morre José Mindlin, uma lenda viva da cultura brasileira


A cultura brasileira está de luto. A literatura brasileira está de luto. O Brasil está de luto. Morre uma lenda viva do nosso país. José Mindlin. Além de ter administrado uma das empresas mais modernas do país (a Metal Leve), começou a construir a sua biblioteca, que tornou-se a maior do Brasil e talvez do mundo aos 13 anos.

Já tive oportunidade de ir uma vez, como repórter, é claro, de um sabadoyle (encontros intelectuais na casa do bibliófilo Plínio Doyle, em Ipanema, mas meu sonho mesmo sempre foi conhecer não apenas a biblioteca Mindlin, mas principalmente esta grande personalidade, esta grande figura humana e sua mulher, Guita, uma pessoa tão especial e generosa quanto ele.

Para quem não sabe, vale comentar que ele não apenas tinha lido, como sabia a história de cada volume ali guardado, as circunstâncias em que o livro foi publicado, a trajetória daquele exemplar e como ele foi adquirido, além da biografia do autor. Há alguns anos ele doou seu acervo para a USP (Universidade de São Paulo), dando origem à Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, resultado de uma vida dedicada aos livros, que por sua generosidade hoje é um patrimônio de todos os brasileiros.

Gente assim não devia morrer...


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Tudo o que é bom se faz devagar


Preciso desacelerar.

Preciso pisar no freio, deixar de viver num ritmo tão frenético.

Estou absolutamente dominada pela pressa, pela correria, pela falta de tempo.

Tudo na minha vida tem que ser rápido, imediato.

Esta perversa velocidade que vem tomando conta de todo o planeta me contagiou de tal maneira que quase não sei mais saborear lentamente os prazeres simples da vida.

Cheguei a esta conclusão no último domingo, depois de chegar de um passeio a Lumiar e São Pedro da Serra, com minha netinha Alice, minha irmã, meu cunhado e sobrinhas. Estava um dia lindo e muito quente, com o céu todo azul e encontramos uma prainha de rio maravilhosa onde as crianças e nós todos ficamos à vontade. Foi tão bom! Há muito tempo um programa não me fazia tão bem. E foi por muito, mas por muito pouco mesmo, que deixei de ir. Só fui mesmo para Alice Se não tivéssemos ido, ela e eu teríamos ficado em casa. Imagine fazendo o que? Cada uma na frente de seu notebook.

Um dos instrumentos que me induzem à velocidade é, realmente, a internet. Por isso mesmo, estou dando byebye para o twitter, que me toma um tempo enorme. Continuo dando minhas espiadinhas no orkut dos outros, mas o facebook , para mim, já é coisa do passado. Enjoei antes de chegar a curtir. O blog, por enquanto, só me dá prazer, não tenho a menor vontade de parar e acho que nunca vou ter.

Mas quero voltar a fazer almoços no domingo, algo que sempre me deu prazer, em vez de apenas descongelar uma lasanha (afinal, só deixei de fazer isso porque acabo ficando a manhã toda on line e a tarde toda também kkkkk). Quero ler O Globo e não O Globo on line nos finais de semana. Quero ouvir meus CDs e voltar a assistir filmes, muitos filmes. E trabalhar menos que ninguém é de ferro.

Lentidão será minha palavra de ordem daqui por diante. Quem quiser que me aguarde. Alguém já disse que “todas as coisas que valem a pena devem ser feitas lentamente”. Que coisa mais sábia!!! Minha prioridade agora é recuperar o controle do meu tempo, vale dizer, o controle da minha vida. Não sei se vou conseguir, mas vou tentar.






Imagem: Roberta Serenari

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Depressão e epilepsia ainda são um desafio para a ciência


Na tarde de ontem, a notícia de um suicídio movimentou a cidade. O dono de uma das maiores e movimentadas farmácias de Friburgo cortou os pulsos e se jogou do quarto andar de seu prédio. Foi depressão. Estava em tratamento e deixou até carta de suicídio.
Tenho pavor desta doença. Até porque ela muitas vezes se esconde sob uma capa de tristeza, desânimo, mas é muito mais do que isso. A depressão machuca, incapacita a pessoa para as atividades cotidianas, destrói laços afetivos e acaba com a autoestima, podendo, muitas vezes, culminar em suicídio.
A mais comum das doenças psiquiátricas, a depressão ainda continua desafiando a medicina. Suas origens biológicas e suas causas ainda não foram totalmente esclarecidas. Até pouco tempo acreditava-se que a depressão surgia devido à falta de neurotransmissores, substâncias associadas às sensações de prazer, autoconfiança, libido e até ao apetite. A hipótese mais aceita hoje é a de que a depressão está ligada ao mau uso que o cérebro faz dos tais neurotransmissores. Li não sei aonde que os medicamentos atuariam como uma espécie de curativo, que protege a ferida para que o doente não se machuque ainda mais. Apenas.
Não sei se é verdade. Se for assim, seria mais ou menos como o tratamento da epilepsia, que na maioria das vezes apenas controla as convulsões e tem que ser tomado pela vida toda. O cérebro é, realmente, uma caixinha de surpresas e ressonâncias que ainda tem muito a ser desvendado. Mas tomara que os cientistas, os pesquisadores, consigam desenvolver drogas que efetivamente tratem estas doenças tão comuns e ainda tão desconhecidas, perigosas e, principalmente no caso da epilepsia, cercadas de preconceitos.


Imagem: Mike Worral

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Mauricio Porão e seu erotismo

Não sei por onde anda o Maurício Porão. Depois de uma breve passagem por Friburgo, onde morou durante cerca de um ano, depois de ter passado no concurso para fotógrafo da prefeitura, parece que foi para a Rio das Ostras. Porão é um concurseiro profissional, depois de ralar como motorista de táxi, policial e afins, começou a achar que emprego público ainda é a melhor maneira de ganhar a vida. A partir daí, resolveu meter a cara no estudo. E já passou em três ou quatro. Mas o que ele é mesmo é fotógrafo. Dos bons. Só que suas fotos não são nada comerciais.


São todas meio sombrias (ele só usa luz natural, nada de flashes), mas sempre ousadas e sensuais, muito sensuais. Passam a léguas de distância do vulgar, do déjà-vu. Suas fotos têm uma marca toda especial, e sim, há quem não goste delas. Tanto que costumam ser barradas em todos os lugares. O único lugar que expõe as fotos do Porão é o sebo Plano B, um espaço livre onde acontecem performances de música experimental e eletrônica, que ele mesmo define como "o último reduto do underground na Lapa".


Eu me interessei de cara pelas fotos de Porão. Pra começo de conversa, elas são muito originais. Não quero nem saber se elas têm ou não defeitos do ponto de vista técnico. O que importa, para mim, é o conceito que Porão imprime a cada uma delas. A começar pelo cenário. Ele fica louco quando encontra um casarão abandonado, de preferência em ruínas, um motel bem decadente. Muito mais fácil é encontrar quem queira posar para suas lentes. E que vão de mulheres comuns a punks, góticas, garotas de programa, atrizes pornô e até travestis. Eu adoro. Para mim, o Porão se supera a cada imagem. Além do mais, é uma grande figura humana. Sou fã do Porão.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Declaração de amor


Sacanagem. A Tijuca ganhar, tudo bem, mas a Mangueira ficar em sexto lugar depois daquele desfile esplendoroso da madrugada de segunda-feira é muita sacanagem. Para não dizerem que isso é papo de mangueirense, leiam o que o Guerra, que sequer é Mangueira, escreveu sobre o desfile. Desfile esse, aliás, que o levou às lágrimas. E também a mim, claro, mas comigo isso não é novidade.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Aplausos para Alline Moraes que ela merece


Não sou mais viciada em novela, como antes. Viver a vida conseguiu esta proeza. Até assisto, acompanho a trama, mas não deixo de fazer nada por causa de novela. Aliás, é nesta hora que, quando estou em casa, aproveito para responder e-mails, limpar a caixa de correio e dar uma lida nos blogs que acompanho.

Mas quando Alline Moraes aparece na trama acabo me ligando. Como ela está trabalhando bem! Sua Luciana está perfeita. Comecei a admirar esta atriz principalmente depois que assisti à entrevista que ela deu à Marília Gabriela. Ela é de uma simplicidade e de uma modéstia impressionantes. Como não sou de acompanhar vida de artista, só fiquei sabendo ali de sua origem humilde, que ela sempre foi muito pobre e começou a trabalhar como modelo aos 12 anos, para ajudar sua mãe.

O bacana é que, ao contrário da maioria ou de grande parte destas modelos que parecem não ter nada a apresentar além da beleza, Alline Moraes é uma atriz nata e, a cada novela, fica melhor ainda. Ela vem provando isso a cada capítulo de Viver a vida. A cena em que ela descobre ter ficado tetraplégica, dificílima, foi emocionante. E o jeito dela comer, de se movimentar como tetraplégica também está irretocável.


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Tolerância zero com os mijões


Taí uma medida que aprovo inteiramente, sem medo de ser taxada de fascista. Torço para que a tolerância zero com relação aos mijões recém-adotada no Rio de Janeiro venha a ser adotada o quanto antes aqui em Friburgo e no resto do país. Porque, na verdade, quem sabe ela não dê um jeito nesa situação. Que, infelizmente, é uma prática, creio que generalizada, em nosso país.

Os homens (nem todos, mas a maioria), acham que têm todo o direito de abrir a calça e fazer xixi sempre que têm vontade e não houver um banheiro por perto. Todos conhecemos homens, alguns bem próximos a nós, que ainda se irritam quando dizemos que isso é falta de educação. Eles não fazem por mal, coitados. Aprenderam assim. Ou você já não viu mães ensinando seus menininhos a fazer xixi nos muros, árvores e carros? Então, eles crescem achando que é assim que se faz.

No primeiro dia do choque de ordem implantado pelo prefeito do Rio, que mandou levar para a delegacia quem estivesse urinando na rua, 223 pessoas foram presas, entre as quais apenas dez mulheres. Um número insignificante. Mesmo assim, deviam estar bêbadas ou desesperadas, porque em sã consciência, nenhuma mulher sai por aí, em plena rua, abaixando a calcinha e fazendo xixi.

Achei a medida excelente e muito educativa, pois funciona até como exemplo mesmo para quem não foi preso. Não dá mais para ninguém alegar que não tem nada de mais fazer xixi na rua. E, sabendo que podem vir a ser presos se fizerem aquilo, vão refletir mais antes de continuar fazendo o que sempre fizeram.


Mangueira dá show na avenida


Acabo de assistir ao desfile da Mangueira, que deixei gravando antes de dormir. Lindo demais. Admito que sou totalmente suspeita, porque em se tratando de Mangueira não tenho isenção. Acho o desfile da verde e rosa sempre lindo e maravilhoso, mesmo quando tudo dá errado e ela cai para o segundo grupo ou quase.

Este ano, pelos comentários dos apresentadores (ainda não li o noticiário), mas não há este risco. A Mangueira pode até não ficar entre as primeiras (quase nunca fica mesmo...) mas fez um grande desfile. Eu sei que a Unidos da Tijuca vai ganhar, que não tem pra ninguém, não importa. A Mangueira empolgou a Sapucaí, dava pra perceber pela telinha. Nem o princípio de incêndio no abre-alas, felizmente, debelado a tempo, atrapalhou. O desfile da Mangueira foi um espetáculo. Lindo demais.

Ilustração de Flauk

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Estação Primeira de Mangueira: Dez!!!


Verde-rosa apaixonada, a Marrom prestigia o desfile da Mangueira na manhã de terça-feira. A Mangueira será a última escola a desfilar, vou ter que colocar o celular pra despertar. Eu adoro Alcione. Agora que não tem mais Jamelão e dona Zica, ela é, para mim, o prncipal destaque da Mangueira. Este ano, Alcione prometeu desfilar no chão, na frente do carro abre-alas, que fofa.

Na Mangueira também desfilam Emílio Santiago, Rogéria, Emílio Santiago, Elymar Santos, Rosemary, Fernanda Abreu, Sandra de Sá e os DJs Marlboro, MC Catra e MC Creidi. Beth Carvalho ficou de fora mais uma vez, por conta de uma fissura no cóccix, coitada. Ela já fez as pazes com sua escola de coração, mas só depois de um pedido formal de desculpas da diretoria. Vocês se lembram? Em 2007 ou 2008, ela foi expulsa de um carro alegórico na avenida e, como a megastar que é, ficou uma fera, jurou que nunca mais sairia pela Mangueira e coisa e tal. Achei exagero, coisa de artista mesmo, enfim...

Tenho certeza de que com este enredo da história da música brasileira a escola vai dar um show na avenida. Não vi nada de carnaval, mas soube do espetáculo da Unidos da Tijuca, por exemplo, mas a Mangueira é diferente. Até quem torce por outras escolas sente um aperto especial no coração quando a Mangueira pisa na avenida.
Estou ansiosa para ver esta grande viagem musical que a Mangueira está prometendo, sobre as próprias escolas de samba, a bossa nova, a Jovem Guarda, as canções de protesto, a Tropicália, os grandes festivais de MPB, o rock dos aos 80 (com destaque para Raul Seixas), o sertanejo, o frevo, o baião, as toadas do Norte e, para encerrar, uma grande homenagem ao funk carioca. Dá-lhe, Mangueira!!!


Foto Custódio Coimbra



domingo, 14 de fevereiro de 2010


Estou pasma com as declarações do ministro Marco Aurélio Garcia (Relações Exteriores), que entre outras bobagens, no melhor estilo imperialista de esquerda, criticou os canais de televisão a cabo, afirmando que os mesmos “despejam uma enorme quantidade de esterco cultural” e “realizam um processo de dominação muito eficiente”.

A declaração dele ficaria perfeita na boca de Fidel ou de Chávez. Que vergonha, ministro.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Carnaval por todos os lados


Não sei que sensação é essa. Batuque pra todo lado, foliões que se abraçam e se beijam, samba, suor e cerveja, confete, serpentina, blocos, trios elétricos, escolas de samba e eu nem aí. Sinto-me meio que anestesiada com relação ao carnaval. A festa e suas manifestações não mexem mais comigo, sabe-se lá porque. Com exceção da Mangueira, que até hoje me leva às lágrimas quando pisa na avenida, meu coração hoje, não sei porque, passa ao largo do carnaval.

O carnaval da Bahia e de Recife são um espetáculo, mas para mim é suficiente assistir a alguns flashes pela TV. Mudou o carnaval ou mudei eu? Ambos, talvez. Pode ser, realmente, uma questão de idade, não sei. De fato não tenho mais fôlego para encarar multidões saltitantes nem por um dia quanto mais durante dias seguidos.

Mas que o carnaval também mudou muito, lá isso mudou. A festa ganhou tamanho e escala, exigindo mais organização e tecnologia. O carnaval, esta grande marca da cultura brasileira hoje virou mais “marca” do que carnaval. O que, de uma certa forma, roubou a pureza e a alegria natural dos velhos tempos.

Mas sem essa de saudosista que isso não faz meu gênero. Na minha opinião, a essência do carnaval permanece intacta, o que se evidencia pela irreverência, liberdade e prazer que marcam a festa ontem e hoje. A possibilidade de abrir um parênteses na vida, sem pensar em nada, só para curtir tudo o que se tem direito, sem censuras nem recalques. Não é à toa que o carnaval, com suas cores, seu ritmo e sua alegria arrebata e contagia as multidões.

Acho um barato ver as piranhas vestidas de forma tão bizarra e gaiata, curto de montão os novos ritmos que mobilizam multidões e, querem saber? Contradições à parte, sou mais Claudia Leitte, Olodum, Ivete Sangalo, Psirico, Chiclete com Banana, Margareth Menezes, Banda Eva, Daniela Mercury, Timbalada, Netinho e tantos outros que nem conheço do que as singelas marchinhas que animavam os carnavais de antigamente.





quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Ainda sobre a intolerância religiosa


Se tem algo que me orgulha aqui neste blog são os comentários que recebo, sempre tão inteligentes e que acrescentam tanto aos posts. Lamento que muitas pessoas que me visitam não tenham o hábito de comentar ou de, pelo menos, ler os comentários postados.

Mas o post de ontem, onde abordei a intolerância religiosa e o fato do Brasil estar livre desta praga que atinge 70% da população do planeta, rendeu dois comentários que mereciam estar aqui na frente. Até porque eles ressaltam que não vivemos numa democracia religiosa tão grande quanto se decanta. Um dos aspectos que ela destacou e que também me inquieta sobremodo é o fanatismo dos evangélicos, mais especificamente, dos pentecostais e dos universais do reino de deus, e tudo o que este fanatismo acarreta.

Um foi da jornalista Liliana Sarquis, que chamou a atenção para o preconceito existente contra espíritas e afins. "Felizmente estamos num país com tolerância religiosa. Pelo menos de uma boa parte da população. Acho, entretanto, que quem é espírita, principalmente da umbanda ou candomblé, sofre um pressão muito além do que se pode chamar de "diferença de credos", passando para a intolerância. O crescimento de "facções" evangélicas, mais radicais, me assustam. Chutar despachos, quebrar santos, fazer lobbys (políticos) contra reinvidicações de certos cultos, ridicularizar outras religiões, tudo isso para mim se chama intolerância religiosa. Quantas pessoas da umbanda ou candomblé vc conhece que assumem sua crença (muitos falam que são católicos)? quantos morrem de vergonha quando precisam colocar despachos na encruzilhada ou tenham que "deitar pro santo"? Ah, tem ainda os ateus. Estes então, coitados, parecem que são a encernação do próprio demo! rsrsrs".

Carlos Emerson complementa: "Nem vou falar das guerras santas, praticadas por todas as religiões, em nome de seus deuses...E para complementar o ótimo comentário da Liliana, vamos incluir nessa lista os agnósticos e ateus, que ainda são queimados vivos se assumirem suas não-crenças".

Valeu, "Crisvetes", nome cunhado pela responsável pelas belas imagens do Cris V, a Liana, do Ignnácia e do Terra de Esperança.






terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Intolerância religiosa envolve 70% da população mundial


A gente aqui no Brasil não tem a menor ideia do que vem a ser isso. Felizmente, podemos festejar. Aqui, protestantes de várias denominações, católicos, espíritas, macumbeiros, budistas, hare-krishnas, santo-daime, judeus, muçulmanos, hindus, mórmons, esotéricos diversos convivem e se respeitam sem qualquer problema.

Mas a verdade é que somos quase uma exceção no mundo. Basta dizer que 70% dos 6,8 bilhões de habitantes do planeta vivem em países com sérias restrições estatais e hostilidades sociais à liberdade religiosa. Que vão desde limitações constitucionais (e outras proibições contra a liberdade de expressão) ao terrorismo puro e simples. Os dados são de uma pesquisa feita por um respeitado instituto de pesquisas americano (Pew Research Center), que analisou as restrições à religião em 198 países, onde vive quase cem por cento da população mundial.

A lista de países com maiores restrições governamentais e sociais à liberdade religiosa é encabeçada, claro, pelos que seguem a fé islâmica - a Arábia Saudita, Paquistão, Irã, Oriente Médio e África do Norte. As zonas com maior aceitação religiosa são, a América do Norte e a América do Sul, o que também não chega a ser uma novidade.

Mas o estudo, que li numa revista eletrônica muito interessante, a Envolverde, vai muito além da obviedade. Por exemplo, fiquei sabendo através dele que os governos vietnamita e chinês fazem grandes restrições à religião, seja ela qual for, mas o povo aceita bem as manifestações religiosas de quem professa alguma fé. Já na Nigéria e em Bangladesh, acontece o oposto. Quem não segue a religião da maioria sofre pressões sociais, havendo, inclusive, muitas guerras religiosas, mas da parte do governo não existem restrições a credos.

Dos 25 países mais habitados do mundo, as maiores limitações à liberdade religiosa foram registradas no Irã, Egito, Indonésia, Paquistão e Índia. Os que menos limitam são mesmo o Brasil, Japão, Estados Unidos, Itália, África do Sul e Grã-Bretanha. A China e a Índia, os países com a maior população do mundo, o povo não tem a menor liberdade religiosa, mas com uma diferença interessante. Na China as proibições partem do governo propriamente dito. Já na Índia, o problema maior é mesmo a cabeça do povo, que não aceita nenhuma outra religião além do hinduísmo, condenando severamente quem ousa se afastar de seus dogmas.

Como era de se prever, Israel teve uma pontuação alta no índice de hostilidade social, considerando os infindáveis atos de terrorismo relacionados com a religião e a guerra contra os palestinos. Até quando? Até quando?






domingo, 7 de fevereiro de 2010

Beyoncé é demais!!!


Adoro. Não chego a achar Beyoncé “um Michael Jackson de saias”, como disse Ivete Sangalo. Para mim, Beyoncé também está a léguas de distância de Madonna, esta sim, incomparável, diva total, absoluta. Mas, de qualquer forma, curto demais as músicas dela, especiamente Disappear e Single Ladies, seu rebolado, suas roupas esvoaçantes, seu corpão. Acho ela o máximo. Para mim, Beyoncé merece todos os Grammys que ganhou. E eu bem que gostaria de ir ao show dela aqui no Rio na semana que vem.



sábado, 6 de fevereiro de 2010

Bicicleta na contramão

É sábado, estou no Rio e vou tomar café da manhã na padaria, hábito bem carioca, aliás. No caminho, duas senhoras de braços dados atravessam a rua quando um rapaz de bicicleta, na contramão, por pouco não as atropela. Elas reclamam, cobertas de razão, mas o ciclista, muito do insolente, sai esbravejando na maior desfaçatez.

- Eu, em? Vocês é que tinham que olhar para os dois lados!

Claro que me meto na história. Enquanto vou ver se nada de mal tinha acontecido às velhinhas, chamo o sujeito de maluco e mal educado.

- Você estava voando nesta bicicleta, cara. Na maior contramão aí e ainda acha que está certo. No mínimo, deveria pedir desculpas...

No que ele ainda tem tempo de retrucar, já aos berros, como se estivesse coberto de razão e eu é que fosse a maluca..

- Que contramão, minha senhora? Eu, em? Só faltava essa! Não existe contramão para bicicleta!

Seria inútil tentar convencê-lo do contrário. Gente assim não tem jeito não. Antes que a história estragasse meu sábado, volto para o meu blog e pro meu ar condicionado. Mais pro fim da tarde, que antes o sol não deixa... praia até de noite. Eu mereço!
Agora, a pergunta que não quer calar. Onde foi parar a educação do carioca?

Em tempo: o CTB é bem claro neste aspecto: Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores.






Ilustração de Gary Fernández



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Colocando a vida nos eixos




A semana passou como um raio e viva a sexta-feira. Só hoje, justamente por ser sexta-feira, o melhor dia da semana, começo a me sentir um pouco menos estressada. Mas valeu a pena. A festa foi um sucesso, tudo saiu conforme o planejado. Para completar, uma noite linda, com direito até a lua cheia.

Nunca vi Helena tão feliz. E tão linda. Aliás, todos estávamos muito, muito felizes. Família toda reunida, primos e amigos distantes se reencontrando, todo mundo produzido. Não é à toa que adoro casamentos.

Mas, enfim, caio na minha rotina, que longe de representar, para mim, algo negativo, significa sossego, tranquilidade, paz. Depois de sair distribuindo generosos pedaços do bolo do casamento entre os familiares, de devolver bandejas e embalagens à banqueteira, de conferir o extrato bancário e, em meio a isso tudo, do trabalho (com direito até a vírus no meu computador do jornal), do recomeço das aulas na faculdade, é hora de voltar ao normal. E é com muita ansiedade que desejava por isso.

Se alguém ainda me acompanha neste blog, que anda tão abandonadinho: Cris V estará de volta de verdade a partir de amanhã (hoje é só este recado). Estou morrendo de saudades do meu blog. Me aguardem
.