
Ele foca a mulher por motivos óbvios. Existem muitas mulheres da paz nestes locais, líderes comunitárias que fazem de tudo para tornar melhor o lugar em que vivem. E que poderiam ser utilizadas como força-tarefa no sentido de retirar jovens do tráfico. Pelo trabalho, viabilizado pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), cada uma das "Mulheres da Paz" recebe R$ 190 mensais em troca de oito horas semanais para abordar pessoas entre 15 e 29 anos que estejam à beira da criminalidade e encaminhá-las a cursos profissionalizantes e programas sociais.
Sensacional, pensei. Muito, muito interessante. Em toda favela que se preze sempre há pelo menos uma mulher da paz. Então, era só uma questão de engajá-las oficialmente no projeto para ele dar certo. Só faltava casar o "Mulheres da Paz" com outro programa destinado a jovens em situações de risco, o que foi feito, inclusive oferecendo uma bolsa de cem reais para que frequentassem cursos profissionalizantes, como turismo, hotelaria, gastronomia etc.
Tudo muito bonito, mas... opa!!! Deparo-me, então, com alguns comentários postados aqui e ali. Bingo! Confirmei minha intuição, que me havia levado justamente a procurar de informar mais sobre o programa antes de falar maravilhas sobre ele aqui no blog.
Ao que parece, ele já nasceu bichado, um cabide daqueles grandões, enoooooooooooormes mesmo. O dinheirinho é pouco, é verdade. Mas tem muita mulher desempregada nos morros da vida querendo faturar 190 reais por mês. A corrida por uma boquinha foi grande. E teria havido muita mutreta na seleção, com direito a candidato de vereador trocando voto por vaga e tudo. Claro que muitas líderes comunitárias de verdade foram selecionadas, até para não pegar mal, mas com certeza, muitas ficaram de fora. Uma bela ideia que provavelmente não vai dar em nada, pois já começou sendo desvirtuada. (Foto: Renato Diniz)
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