terça-feira, 14 de julho de 2009

Falsos íntimos

Até por força de minha profissão, conheço muita gente, ando pela rua cumprimentando deus e o mundo e mesmo com pressa, vira e mexe tenho que parar com uns e outros para um rápido bate-papo. Nestes encontros, esbarro com algumas pessoas com as quais não tenho nem nunca tive a menor intimidade, mas que me tratam como se me conhecessem desde criancinha. Saco.
Os muitos anos vividos no Rio me tornaram muito despojada, do tipo que fala com todo mundo, que puxa conversa em fila, que conhece pelo nome os empacotadores do supermercado e os frentistas do posto de gasolina. Mas sempre estranhei excesso de intimidade. Tudo tem limite.
Detesto quando um guardador de carro ou o garoto que vende mariola no sinal me chama de "tia". Detesto quando vendedoras me chamam de "querida". Aliás, os vendedores e vendedoras merecem é um post à parte. São imbatíveis. Parecem ter sido treinadas para forçar uma intimidade com você que, em absoluto, lhes foi concedida. Comigo, não funciona. Saio da loja na mesma hora sem comprar nada.
E aqueles que gostam de chamar celebridades ou personalidades pelo nome, em? Você, certamente, conhece alguns. Outro dia estava numa roda de amigos, conversava-se sobre política e um deles diz: "o Meireles me disse que..."O Meireles a que ele se referia era nada mais nada menos que o presidente do Banco Central. Tem cabimento essa falsa intimidade toda? Não, não tem. Estas pessoas me passam a impressão de estar querendo pegar carona no prestígio dos outros a fim de se promover ou de querer contar vantagem, o que dá no mesmo. Tem muito disso entre jornalistas e publicitários, chega a ser constrangedor.
Hoje estou chata que dói, perdoem.

3 comentários:

Ana Borges disse...

Tá chata nada, é isso mesmo. E qdo. te chamam de "colega"? Colega de quem, cara pálida? E esses bobões "amigos" dos Meirelles da vida, então, são simplesmente, patéticos! Pau neles, Dalvinha.

Ana Borges disse...

Ah, finalmente, deixei de ser anônima!

Cris V disse...

Pra completar, hoje fiz uma entrevista com um musico que tratava o Isaac Karabtchewsky como "o Isaac" e o Claudio Santoro como "o Claudio", na maior intimidade. Num tô dizendo...