sábado, 27 de junho de 2009

De antenas ligadas

A conversa alheia me fascina. Volta e meia, me flagro escutando o que pessoas perto de mim estão conversando, distraídas, sem perceber a minha bisbilhotice. A praia é um dos melhores lugares para prestar atenção em conversa de desconhecidos sem ser notada. Os cafés, estas maravilhas que voltaram à moda, também são perfeitos para ficar de antenas ligadas no que os que estão por perto estão dizendo.
Para que? Porque? Não tenho a menor ideia. Será que as outras pessoas também fazem isso, apenas não confessam? Tenho quase certeza que sim.

Não, fiquem tranquilos, não sou do tipo que ouve atrás de porta, que mexe em celulares ou em caixas de e-mails alheios, enfim, que invade a privacidade dos que me são próximos. Minha bisbilhotice é diferente, é inocente. Só está um degrauzinho acima da pura e simples observação. Coisa de repórter, talvez. E, certamente, de cronista, um dia eu chego lá.
O fato é que este meu "vício" vem me permitindo descobrir facetas muito interessantes deste mundo e das pessoas que nele habitam. Ouço cada história incrível, muitas, inclusive, me serviram de pauta para várias matérias. Foi de tanto ouvir falarem mal de sogras que tive a ideia de escrever sobre os palpites que infernizam a vida das mães. Foi de tanto ouvir casos de infidelidade que escrevi duas matérias sobre traição. De tanto ouvir mulheres falando bem e mal dos cabelereiros que escrevi sobre o relacionamento e o vínculo estreito que temos com este profissional.
Outro dia flagrei (sem querer, juro) duas amigas no maior papo falando mal de homem, um tema recorrente em conversas femininas. Diziam que eram todos uns malas, uns frouxos. Uma lamentava não ser lésbica e a outra a incentivava a mudar de time. "Ainda dá tempo", dizia. E completou: "Você não tem nem ideia de quantas já fizeram isso e ninguém está nem sabendo". Dá uma pauta, ora se dá.
No dia seguinte, no mesmo café, aguardava um amigo e duas senhoras se sentaram na mesa ao lado. Ele demorou um pouco e logo ouvi esta pérola: "Você não vai acreditar, ele é um menino, uma criança, a mãe dele tem quase dez anos menos que eu". Como? Ouvi bem? Minhas antenas vibraram, torci pra meu amigo demorar. Em resumo, uma delas contava que estava enlouquecida por um colega de trabalho que tinha idade para ser seu filho. "Nunca tive o menor interesse por homens mais novos, muito pelo contrário, foi ele quem começou a me olhar diferente, mulher sabe quando o cara está a fim e isso mexeu comigo", disse para a amiga, que deu corda: "E porque não, pode me dizer?" Taí outra pauta. Quente. Quentíssima.

11 comentários:

Luiz Sergio Nacinovic disse...

Sabe onde eu fico de antena ligada? Em praça de alimentação de shopping! Tu vê coisas nas quais a realidade desafia a melhor das ficções.Já vi caras da minha faixa ostentando meninas, as quais vc olhava e elas pareciam tr uns quinze anos, no máximo.Como já vi mulheres fazendo a mesma coisa com garotões. Vou te confessar um segredo. Sempre gostei de mulher mais velha...Desde garotão!!! Acho que transava com pessoal da minha faixa ou mais novo por não querer assumir a coisa. Na época da Monique eu tive um caso tórrido com uma enfermeira que, aquela época, tinha 46 anos e só terminou comigo por causa do próprio filho, que era adolescente e até me ameaçou. Ela morava na Praia do Flamengo e a conheci naquela época da Roquette Pinto. Saia da rádio e batia ponto na casa dela até umas 11 da noite, todo dia. A gente saia e ia até um hotelzinho da Rua Silveira Martins( aquela do Palácio do Catete)onde trepávamos loucamente, numa transa bem selvagem, com direito a arranhões e alguns princípios de hematomas sempre mal explicados para a Monique. Ficamos juntos uns seis meses.....Tive mais desses casos. Tive um com uma moradora da Cruzada( a Help- o nome dela era socorro, mas eu chamava ela de Help), um com uma empregada doméstica do prédio de mamãe(uma mulatona linda, cum bundão que me deixava maluco!)e com uma arquiteta que mora até hojeno jornalistas(deve estar com uns 73, 74. Até hoje nos falamos).....Agora é que a coisa tá interessante, pois fico atrás de mulheres da minha faixa ou mais velhas....Tem uma vizinha aqui do prédio que tá me dando um mole. Ela é bonita, tem duas filhas lindas e, te parodiando, fico de antenas ligadas, reparando nas deixas que ela solta para eu entrar de roldão. O problema é que eu sempre estou com cachorro, cheio de compras ou carregado de alguma coisa que vai dar bandeira....que merda, né?

Anônimo disse...

Hummmm, Dalvinha, tá todo mundo de antema ligada em tudo, ñ é só vc.ñ.
E a insatisfação é generalizada, tanto q. o q. a gente mais vê, são mulheres saindo juntas, pra papear, fofocar, tomar umas e outras, enqto. os maridos ficam de bode em casa, sem nem saber q. estão de bode.
Mas...a gente volta e acha bom estarem lá. Só pra constar, sei lá.
Ñ sei como seria voltar e ñ encontrar ninguém. Ia gostar?
Cada vez sei menos destas coisas.
Bj. Ana.

Julia disse...

Fofoqueira!! rsrs

Liana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Liana disse...

Dalvinha, ganho disparado de você! Vivo tão ligada em "observar" que já perdi a medida...rs...quando ouço qualquer conversa interessante parada num sinal, por exemplo, saio seguindo as pessoas para tentar continuar ouvindo e saber o final da história!
Quanto material existe solto por aí,né?
Essa enorme curiosidade foi o que me fez voltar aqui para pedir que você não se esqueça de me avisar se o Luiz Sergio conseguiu alguma coisa com a vizinha...rsrsrsrs

Cris V disse...

Pois é, Lianinha, querida, se pensar bem a gente vai chegar à conclusão de que todo mundo faz isso, em? Neste meio tempo lembrei que o Ignacio de Loyola Brandão contou, num palestra, que chegou a seguir um homem durante horas só por causa de uma conversa dele que ouviu num elevador. Bjs

Cris V disse...

E, Liana, pode deixar que eu te aviso se o Luiz Sergio me contar se comeu ou não a empregada, tá? Bjs

Luiz Sergio Nacinovic disse...

Não pensei que meu affair com a vizinha fosse dar uma de "cenas do próximo capítulo", mas acho que a coisa esfriou um pouco. Tive uma discussão com a filha mais velha dela porque a peruazinha(barbie perde!)estacionou o carro atravessando o mesmo de um jeito que bloqueou a porta de serviço e eu não pude passar com a cadeira de rodas de minha mulher. Fiquei Putaço e soltei a cachorrada! Acho que minha antena desligou e meu coração não capturou. Chato, né?

DIÁRIO DO RUFUS disse...

É Dalvinha....este tema deu o que falar, não é???quantos comentários!

Liana disse...

Claro que eu vim aqui para ver se havia alguma novidade no affair Luiz Sergio/Vizinha Dadivosa...
Acabou em barraco,né? Santo fortíssimo esse da mulher dele!
Por favor, avisem se houver qualquer modificação nessa situação rsrsrsrs

Anônimo disse...

Dalvinha, com o Guerra na parada, tudo reeeennnddddeeee.
É só ele contar uma de suas milhares e deliciosas estórias q. o papo vai longe, despertando mentes e corações. Ontem mesmo li ele no C-se, mandando as dele. Legal, esse cara. Gosto dele!
Bj, Ana.
PS. continuo anônima pq. ñ consigo me cadastrar, abrir conta, sei lá, essas coisas q. resisto a aprender.