sábado, 20 de fevereiro de 2010

Mauricio Porão e seu erotismo

Não sei por onde anda o Maurício Porão. Depois de uma breve passagem por Friburgo, onde morou durante cerca de um ano, depois de ter passado no concurso para fotógrafo da prefeitura, parece que foi para a Rio das Ostras. Porão é um concurseiro profissional, depois de ralar como motorista de táxi, policial e afins, começou a achar que emprego público ainda é a melhor maneira de ganhar a vida. A partir daí, resolveu meter a cara no estudo. E já passou em três ou quatro. Mas o que ele é mesmo é fotógrafo. Dos bons. Só que suas fotos não são nada comerciais.


São todas meio sombrias (ele só usa luz natural, nada de flashes), mas sempre ousadas e sensuais, muito sensuais. Passam a léguas de distância do vulgar, do déjà-vu. Suas fotos têm uma marca toda especial, e sim, há quem não goste delas. Tanto que costumam ser barradas em todos os lugares. O único lugar que expõe as fotos do Porão é o sebo Plano B, um espaço livre onde acontecem performances de música experimental e eletrônica, que ele mesmo define como "o último reduto do underground na Lapa".


Eu me interessei de cara pelas fotos de Porão. Pra começo de conversa, elas são muito originais. Não quero nem saber se elas têm ou não defeitos do ponto de vista técnico. O que importa, para mim, é o conceito que Porão imprime a cada uma delas. A começar pelo cenário. Ele fica louco quando encontra um casarão abandonado, de preferência em ruínas, um motel bem decadente. Muito mais fácil é encontrar quem queira posar para suas lentes. E que vão de mulheres comuns a punks, góticas, garotas de programa, atrizes pornô e até travestis. Eu adoro. Para mim, o Porão se supera a cada imagem. Além do mais, é uma grande figura humana. Sou fã do Porão.

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