Estou doida para assistir o filme “Garapa”, do José Padilha. Adoro documentários e achei geniais tanto o "Tropa de elite" quanto o "Ônibus 174". Rodado em preto e branco, sem trilha sonora, “Garapa” deve chocar mais que seus antecessores até por tratar de um tema ainda mais pungente, a fome. Alias, Padilha vem sendo acusado de não mostrar a verdade dos fatos. Segundo alguns, a situação mostrada no filme é isolada e não retrata a realidade das 11,5 milhões de pessoas que ainda passam fome no Brasil. Há quem diga que nenhum estrato da população brasileira (nem mesmo os de baixíssima renda) chega a se alimentar à base de garapa, como as três famílias famintas do interior do Ceará mostradas por Padilha. Duvido.
Jornalista, estou sempre envolvida em fatos e acontecimentos. Talvez por dever de ofício, vivo perseguindo a síntese, a objetividade. Para fugir destas amarras, me transmuto em Cris V, aqui neste blog ou em Priscila V , que de vez em quando arrisca uns poemas, quase todos guardados a sete chaves. Tem horas que sinto vontade de ter uma só identidade, digamos assim, mas estou presente em cada uma delas, não tem jeito. Multifacetada, confusa, dividida, atribulada e, sobretudo, muito, muito contraditória. Dalva Ventura, Cris V, Pricila V, não importa. Assim sou eu.
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