quarta-feira, 14 de julho de 2010

Erasmo Carlos e eu



Ontem eu entrevistei o Erasmo Carlos. Pelo telefone, o que nunca é a mesma coisa que uma conversa ao vivo, com o papo rolando e as perguntas surgindo naturalmente. Também não chega perto de uma boa entrevista por e-mail. Sim, dependendo do entrevistado, pode render excelentes matérias. Outro dia mesmo, o Egberto Gismonti, que vai receber uma homenagem em Friburgo, me deu uma ótima entrevista, toda on line.

Mas, voltando ao Erasmo, que se apresenta amanhã no Festival de Inverno aqui de Friburgo, ele é, realmente, o que eu imaginava. Uma simpatia, um fofo. Perguntei a que atribuía o fato de fazer sucesso tanto entre os mais velhos como entre a garotada e a resposta estava na ponta da língua. "E porque eu sou um garotão", disse. "De cabelos brancos, mas um garotão". E é verdade. Aos 69 anos e quatro netos, com suas roupas de couro, sem nenhuma tatuagem, sem nenhum piercing, usando gírias da década de 60, o Tremendão nunca deixou de ser uma figura muito, muito jovial.

Eu, pessoalmente, adoro as canções de Erasmo (as da Jovem Guarda, nem tanto) e algumas me emocionam sempre que ouço. Lembram de "Pois sem você, meu mundo é diferente..."? Me leva às lágrimas, não sei porque. "Sentado à beira do caminho", idem. E "Olha, você tem todas as coisas / Que um dia eu sonhei pra mim", idem. Sem falar na da novela Caminho das Índias ("Onde você estiver não se esqueça de mim"), que amo de paixão até hoje. Tem também aquela em que homenageia as mulheres ("Dizem que a mulher é o sexo frágil/ Mas que mentira absurda..."). Nossa, a cada momento me lembro de mais uma. Agora me veio à mente "Com cabeça de homem e coração de menino"... , o máximo.

No show de hoje à noite - Rock N' Roll - ele vai mostrar, basicamente, as canções de seu último álbum, com este mesmo título. Rock pauleira, claro. Aliás, o mesmo show que ele vai fazer semana que vem no Circo Voador, quando será gravado o DVD. "A cada dia que passa, fico mais roqueiro", diz. Mas garante que não vai deixar de cantar "Sentado à beira do caminho". Caso contrário, diz, "sou crucificado".

Foto de Marizilda Cruppe

Se quiserem ler a matéria, saiu na Voz da Serra. www.avozdaserra.com.br

2 comentários:

Liliana disse...

Que legal! Pena que a minha mais nova profissão não me deixe muito tempo para curtir as coisas que gosto. Shows, por exemplo. Gostaria de ter ido ao show do Erasmo. Concordo com tudo que vc disse sobre ele. E me parece um cara muito, muito simples tb. E leva muito bem o papel de "coadjuvante", na dupla com Roberto. E isso me fez prestar mais atenção nele. Toda vez que pego um disco ou cd, procuro o nome das músicas e autores (e toda a ficha técnica rsrsrs....maluquices, óbvio). E aí, passei a conhecer um pouco a obra dele. Não sou daquelas pessoas que detestam algum artista e depois que o cara fica velho ou morres - e começa aqueles cds - tributo a..." - passa a gostar, a dizer que o cara é um gênio. As músicas da dupla embalaram a minha infância e adolescência. Algumas eu gosto outras não e ponto. Mas acho o humor do Erasmo ótimo.

Liliana disse...

Ah, "Mesmo que seja eu" é ótima!!!!!rsrsrsrs. Inclusive com Marina cantando...
A louca da minha sócia canta "você precisa de um homem pra chamar Dirceu"!!!!!???? Como assim? Acho que os neurônios dela estão bêbados.