sábado, 14 de agosto de 2010

A longa e deliciosa conversa de Zuenir e Verissimo sobre o tempo


Estou mergulhada no livro "Conversa sobre o tempo" (Agir), onde meu primo e guru Zuenir Ventura e Luis Fernando Verissimo falam de suas vidas com Arthur Dapieve. O livro, na verdade, é fruto de uma entrevista gigante, realizada durante um encontro que durou cinco dias, com os três isolados numa fazenda em Petrópolis, acompanhados apenas por suas mulheres, em meio a bons vinhos e boa comida.

Não tinha como dar errado, eu acho. O texto, em forma de perguntas e respostas, pode não agradar a todos, mas eu gosto. E o papo flui com muita leveza e descontração, com Dapieve apenas pontuando a conversa. Zuenir é mais loquaz. Verissimo é reconhecidamente um tímido, um caladão, mas por incrível que pareça, ele também se abre bastante durante a entrevista.

Uma delícia ler as histórias que Zuenir e Verissimo contam. Os temas que eles abordam não podiam ser mais interessantes. Instigados por Dapieve, os dois amigos conversam sobre família, amigos, jornalismo, literatura, política, sexo, velhice, morte, vida.

Para os friburguenses, o livro tem um sabor a mais, pois ele conta muitas histórias de sua vida na cidade. Destaque para suas lembranças da "Viuvinha", que o iniciou e a toda sua geração no sexo, o medo da gonorreia e da tuberculose, enfim, os tabus que havia na sua época de rapaz. Também achei muito interessante a comparação feita por ele entre amizade e amor quando diz que a amizade é mais duradoura do que o amor porque "não tem cláusula de exclusividade nem a ditadura da libido". Irrefutável.

E Verissimo, apesar de sua reserva e sua timidez, também nos brinda com histórias fantásticas. Ele conta, por exemplo, como foi sua breve “vida de playboy” na juventude, com direito a carro do pai e a sexo pago. Impressionante o trecho onde ele conta a morte inesperada de seu pai, Erico Verissimo: “…ele estava em pé no escritório e sentiu uma tontura. ‘Tô ficando tonto’, disse. Aí ele se sentou numa cadeira e eu vi os olhos dele ficarem vazios. O olhar dele ficou vazio“.
>Mas ainda estou na metade. Tem muito mais histórias para curtir. Lá vou eu!!!


4 comentários:

Liliana disse...

Saudades do tempo em que eu tinha tempo para ler (por exemplo, sobre uma conversa sobre o tempo)...quem sabe um dia...Estou empacada em três livros (sempre leio mais de um ao mesmo tempo).
Mas vou tentar lê-lo. Fico sempre atenta àss dicas que vc e Ana dão.

Ana Borges disse...

Lili, e ñ é q. eu tbém. tô empacada em 2 livros? E tem mais um pra começar, q. nem me atrevo a folhear, senão, danou-se...
Mas esse aí do Zuenir e Veríssimo, é outro q. tem q.pousar aqui na minha cabeceira.
Tenho a impressão q. nunca na história desse país, tantos livros foram publicados. Mas tbém., tá todo mundo escrevendo, todo mundo tem uma história pra contar, e desde P.Coelho, qq. um pode/deve escrever mesmo.
Então, haja tempo...
Bjs. saudades, amigas e comparsas aqui desse canto.

Anônimo disse...

imparato molto

Lista Telefonica disse...

www.sualista.com.br