domingo, 8 de agosto de 2010

Beth Goulart traz Clarice Lispector de volta




Ontem fui assistir Beth Goulart interpretar Clarice Lispector aqui no nosso belo Teatro Municipal. É tão bom podermos ter acesso aqui em Friburgo, mesmo que de forma ainda descontinuada, a espetáculos como este! Tomara que estas iniciativas se repitam, cada vez com mais frequência.

Uma grande atriz, a Beth Goulart. Muito mais do que eu (que só a conhecia de TV), imaginava. E, se tem uma coisa que admiro em teatro, é monólogo. Tem que ter muita coragem e autoconfiança para se expor assim, sozinho, diante de sei lá quantas centenas de pessoas. E Beth Goulart não só encara a plateia como a encanta como Clarice.

Tenho certeza de que "Simplesmente Eu, Clarice Lispector", nasceu de sua paixão pela escritora. Só assim se explica a intensidade das cenas deste espetáculo que é todo dela. A seleção dos textos, os trechos de entrevistas e cartas ali incluídos, o figurino, a maquiage, o cenário (onde se destaca a pequena máquina de escrever de Clarice), a iluminação, tudo ali tem, certamente, o olhar cuidadoso de Beth Goulart. Que presta, assim, uma homenagem, um tributo muito especial, a esta grande escritora.

Eu também fui apaixonada por Clarice, li todos os seus livros na adolescência, um depois do outro. O primeiro, nunca vou esquecer, foi "Perto do Coração Selvagem", gostei tanto que não parei mais. O que mais gostei mesmo, acho que foi "Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres", aliás, o último que li.

Há muito, muito tempo, não leio Clarice. Depois de assistir "Simplesmente Eu, Clarice Lispector", vou escolher um para reler. Obrigada, Beth Goulart, por me trazer de volta tantas evocações de tempos idos e a vontade de me encontrar de novo com uma das escritoras que mais fizeram a minha cabeça...


5 comentários:

Liliana disse...

Assisti Beth no teatro deve ter uns dois anos atrás. Ela ótima. O irmão dela, esquci o nome, bem ruizinho. Eram só os dois. Um amigo meu que mora na alemanha e trabalha com teatro achou a mesma coisa. Acabo de falar com o Cunta isso. Os artistas filhos de outros grandes artista parecem carregar nas costas o peso dessa descendência. Que saco. Maria Rita, coitada, é sempre comparada (e diminuida) perante Elis. simoninha e Max de castro, mal são conhecidos. O Diogo Nogueira é que está se dando bem. Um ótimo sambista, inclusive quando canto músicas dos pais. Acho que a Beth precisa de um papel forte na tv. Senão será reconhecida só pela meia dúzia que consegue ir ao teatro.

Anônimo disse...

hAê....
Viva para Beth que trouxe a Clarice de volta e para a Dalva que traz novamente postagem no Blog da Cris V.
Como faz falta...
Bjs
Toninho Lugon

Ana Borges disse...

Hum, aquele climão, curto não...
A peça deve ser ótima, Beth é um espetáculo de atriz, Lispector, dizem os entendidos, grande escritora.
Mas nunca consegui ler um livro inteiro dela.
Aquela expressão esculpida em pedra sempre me afligiu, ñ me lembro de um único sorriso em seu rosto, em fotos ou entrevistas.
Ela me deixa melancólica, carregada, a literatura dela é muito sombria, pelo q. me lembre. E dessas coisas aí, já me basta eu mesma.
Bj. Dalvinha.

Jozi Lucka disse...

Fui assistir a peça na 6a e não resisti, voltei no sábado. Figurino impecável, direção, iluminação, interpretação, Beth cantando... tudo perfeito!

Lista Telefonica disse...

www.sualista.com.br