sexta-feira, 12 de março de 2010

De poesia e poetas


Estou praticamente sem computador. Meu notebook foi para uma geral desde segunda-feira e estou usando precariamente o daqui da sala. Não gosto. Sinto-me como se estivesse trabalhando ou melhor, como se não tivesse parado de trabalhar. Muito diferente de curtir blog (o meu e o dos outros) recostadinha na minha cama na frente da TV...

Não que eu não goste do meu trabalho, longe disso. Gosto e gosto muito. Mas escrever sob encomenda, com todas as restrições e limitações comuns à imprensa (principalmente no caso de um jornal do interior) é bem diferente de escrever o que vem à cabeça, sem pauta, sem ter que pedir aval de ninguém, sem se preocupar em agradar ou desagradar.

Por outro lado, tem sido bom este distanciamento.
Com Cris V assim meio por baixo, meu lado poeta, o mais obscuro, mais inseguro, mais escondido e menos trabalhado de minha personalidade, tem tido alguma oportunidade de se manifestar...

Desde a adolescência me atrevo a fazer poesia. Ou melhor, tento fazer poesia. A maioria (bota maioria nisso!) jogo fora no ato. O que sobra, também não demora a dançar. Tenho uma autocrítica bem desenvolvida e um razoável conhecimento do tema (pelo menos, muita leitura, pois sempre fui uma leitora voraz de poesia), que me permite avaliar com bastante isenção minha "produção poética", digamos assim. E, pelo menos por enquanto, posso garantir que ela não resiste a uma análise criteriosa. Priscila V (ou o pouco que dela sobra) tem mais é que ficar escondidinha no seu canto, treinando, treinando... Quem sabe um dia ela consiga produzir algo que possa até ser postado aqui no blog?

Que gênero difícil, a poesia. Não importa se com rima, sem rima, com métrica ou sem métrica, se poema, soneto, haikai ou até mesmo uma trova, tudo isso se reveste, pelo menos para mim, de uma extrema complexidade. E a facilidade com que se cai no pieguismo ou no kitsch! Talvez para os grandes, os verdadeiros poetas, isso não seja assim. E tem gente que já nasce poeta, não tem jeito. É o caso da minha sobrinha Rachel Rabello, que não tem mais de 20 anos mas desde sempre faz poesia da mais alta qualidade. Seria um dom inato? Pode ser desenvolvido? Qual o segredo???

De uma coisa eu sei. Não basta ter sensibilidade, criatividade, domínio de texto e adorar poesia para dominar minimamente este gênero literário. Eu amo poesia desde que me entendo por gente. Minha alma precisa de poesia tanto quanto precisa de música. São de poesia os meus livros de cabeceira e alguns dos meus blogs favoritos, o Terra de Esperança, o Poemblog, o Poesia Ilimitada, o Efemeridades e Delírios, o Confetes e ainda outros que acabo descobrindo e passando a seguir.

Bem que eu gostaria de ser capaz. Por enquanto, me limito a treinar e a curtir estes autores que alimentam nossa alma de beleza e sensibilidade. Neste domingo, 14 de março, Dia Internacional da Poesia, minha homenagem aos grandes poetas de ontem e de hoje. Os consagrados, os menos conhecidos, os anônimos e os quase anônimos. Com destaque para os meus favoritos: Pessoa, claro, Drummond, claro, Vinicius, claro, Cecília, claro, e Lorca, e Florbela Espanca, e Neruda e tantos outros mais. Sem falar em Ana Cristina César, Cacaso, Bruna Lombardi, Alice Ruiz, Caio Fernando Abreu, Adélia Prado, Ferreira Goulart, enfim, uma lista interminável. Felizmente.


Imagem de Colin Thompson






5 comentários:

Liana disse...

Dalvinha querida,

Ai que delícia ver minha menininha por aqui!
Já tinha adorado o seu comentário (aliás aquele poema foi feito para mim e foi presente pelo Dia da Mulher,sabia?),mas esse post...ah...meu coração se encheu de orgulho rsrsrs

Beijo!

Cris V disse...

Querida: Claro que eu sabia que aquele poema era pra vc.!!! Aliás, não tinha a menor dúvida. Quem te conhece sabe que é vc. ali, do começo ao fim. E vc. caprichou no colorido do post, em???

Mil bjs e boa aula hoje. Que vc. adore seu novo curso!!! Bjs desta tia que te ama d+!!!

Rachel disse...

Tia Dalvinha,

Me sinto realmente honrada em aparecer aqui no seu blog, em um post seu! Lembro de quando fiz uma redação sobre Friburgo, eu tinha uns 11 para 12 anos, e mostrei a você e você não só me fez os maiores elogios como também me incentivou a continuar escrevendo. Disso sempre me lembro, você e Tia Layse sempre foram minhas fãs. rs E sei que devo, também, a o que há em mim de Ventura o meu gosto por leitura e o dom para escrever.

Quanto a sua relação com os seus versos, sou totalmente contra! A Poesia é o que há dentro da gente, as nossas várias facetas, muitas vezes elas não nos agradam, mas é um compromisso com a Poesia colocá-las a mostra e sem maquiagem. Escancare-se! Quero ler um poema seu.

Muitos beijos de carinho e gratidão,

Chel.

Anônimo disse...

Por acaso cheguei ao seu blog ao pesquisar "pequenas autoridades".
Fiquei encantado com o que vi aqui. É um espaço de muito bom gosto e de grande qualidade. Tive a grata oportunidade de ouvir, mais uma vez, Somewhere Over the Raimbow na voz de Judy Garland, para mim um dos maiores tesouros do mundo da música.
Quero deixar registrados os meus parabéns e desejar-lhe muita felicidade.

Lista Telefonica disse...

www.sualista.com.br