quinta-feira, 18 de março de 2010

De depressão e outros bichos



Ando nostálgica demais e até um pouco deprimida, eu diria, daí meu sumiço aqui no blog.
Interessante como certos sentimentos surgem assim meio sem explicação e sem motivo. E, pior ainda, quando chegam a tomar conta da pessoa, deixando-a literalmente prostrada, incapaz de tomar iniciativas, por vezes até de trabalhar, de produzir.
Não é meu caso. Mesmo. Não sou chegada à fossa e baixo astral. De fossa só gosto mesmo é de Dolores Duran, Maysa, Nora Ney e Edith Piaf, Billie Holliday, Aznavour e tantos outros mais.

Tenho um medo danado da tal da depressão. Sei o quanto este estado é malévolo e perigoso. Já vi pessoas queridas se isolarem por completo, se destruírem, sob o jugo desta terrível doença. Um amigo meu se jogou recentemente da ponte Rio-Niterói. Deixou mulher, dois filhos, que horror. Pelo menos duas grandes amigas minhas, ambas brilhantes, uma artista plástica e outra, jornalista, jamais conseguiram se livrar das garras da depressão. Ainda estão vivas, mas é quase como se não estivessem.

E olha que hoje dispomos de tratamentos avançados e eficientes, medicamentos que dão conta de controlar pelo menos os sintomas da doença. Mesmo que, como li não sei aonde, que estes funcionam como um band-aid, nada mais são que curativos, impedindo que a pessoa se machuque ainda mais.

Eu, em??? Estou fora. Assim que der vou é passar uns dias no Rio. Estou precisando de sol, de mergulhar no mar, de rever amigos queridos, de ir ao teatro e depois sair para jantar, de passar horas na Livraria da Travessa esquecida do tempo, de ir ao Cervantes comer sanduíche de rosbife, de dormir e acordar tarde, enfim, de sair da rotina.

De repente, é só o que está me faltando. E só de pensar nisso já melhorei de astral.





Imagem Kevin Peterson

2 comentários:

Ana Borges disse...

É isso aí, Dalvinha. Respira fundo, dá um mergulho no mar, se lambuza toda de iodo e volta pra gente, renovada e cheia de gás.
Te amo pra caramba, te admiro por tudo q. vc. é e faz.
Beijão.

DIÁRIO DO RUFUS disse...

Lembrei muito de você sábado. Não, não foi por causa da nossa feijoada, mas por causa do show de Dorina (conhece) no Sesc. Na sexta fechamos de madrugada, 3h (já de sábado). Poucas horas depois (lá pras 11h) já estávamos de volta pra fazer o almoço. Ficamos até às 15h45, corremos pro Sesc, curtimos o show, comprei cd (óbvio) da Dorina, tomamos duas cervejas no Bar do Cesar, fomos ao mercado e corremos pro Cantinho, pra encarar uma noite que durou, de novo, até as 3h. Com direito a amigos contando piadas. Ah, e domingo, almoço no Cantinho de novo. Não estou com tempo nem pra curtir um baixo astralzinho, menor que seja!!! Mas no show da Dorina me lembrei muito de vc. roda de samba, sambas dos bons, com direito a canja (e exposições de telas) de Gilse Nogueira, irmã do João e tia do Diogo, compositora das boas, parte da ala de compositores da Portela. Dorina é uma simpatia só, canta bem, um repertório ótimo (puxando um pouquinho pra azul e branco de Madureira, mas tudo bem). Pena que o bar do Sesc estava fechado (roda de samba sem cerveja??? Deise ficou puta! Eu tb, claro), luzes que não acendiam, mosquitos enchendo o saco, calor pra caramba, microfonia, adolescentes jogando pingue-pongue ao lado e pouca gente. Saco de cidade chata com isso. E aí volto a lembrar daquele post antigo teu sobre a mania dos friburguenses dizerem que Friburgo não tem nada. Decididamente samba é uma das coisas que mais curto. Queria que vc estivesse lá. fica pra próxima. bjs.