Pisando pela primeira vez em NY
Viajar. Não conheço nada melhor para arejar a mente e a alma, principalmente quando viajamos em boa companhia. Esta minha viagem recente a NY foi assim, com tudo dando certo, se encaixando, desde o momento em que decidi ir até a hora da chegada, já saudosa de casa, dos meus travesseiros e até da rotina aqui. Foi um privilégio conhecer NY ao lado de minha filha, uma viajante contumaz, louca por mapas e geografias, uma companheirona em todos os sentidos.
Por outro lado, eu a surpreendi com uma incrível disposição física e mental. Fui uma companheira de viagem à altura e acompanhei seu pique (que não é pequeno) do primeiro ao último dia. Na véspera da volta, alugamos uma bicicleta no Central Park pelo dia inteiro, com direito a uma parada de umas duas horas para mais uma visita ao Metropolitan.
Com Julia no Rockfeller Center e o Central Park ao fundo
No Metropolitan, uma exposição de Picasso nos aguardava
Pausa para descanso e para admirar Manhattan do Central Park
O que mais me encantou naquele país? O nacionalismo de seu povo, que sempre foi grande, mas certamente cresceu ainda mais depois das bombas que destruíram o World Trade Center. Achei bonito demais ver a bandeira e as cores americanas por todo canto, em cada casa, cada jardim, cada carro. Aqui no Brasil, este nacionalismo só aparece em época de Copa do Mundo e, mesmo assim, depois que voltei de lá, achei muito, mas muito tímidas, estas manifestações.
Já que falei em atentados, outra coisa impressionante que observei foi a paranoia (mais que justificada, aliás) dos americanos quanto a isso. No metrô, cartazes mostrando uma caixa embaixo de um banco com os dizeres “If you thing something, say something". Um dia encontramos uma das alas do Central Park fechada pela Polícia por conta de uma mochila esquecida debaixo de uma árvore por um operário da manutenção. E, a melhor de todas. Para subir na Estátua da Liberdade, além de toda aquela segurança exigida para entrar num avião, agora a gente tem que passar por uma máquina que, literalmente, nos cheira inteiros. Certamente para ver se temos algum vestígio de pólvora ou assemelhados.
Mas, como já falei, mudei bastante minha opinião a respeito dos norte-americanos. Sem, entretanto, achar que eles estão certíssimos com relação, por exemplo, a sua política externa. A verdade, porém, é que construíram um país que pode se orgulhar de ser a terra das oportunidades e, não sem razão, nunca vi tantas pessoas de nacionalidades diferentes reunidas num lugar só. E não estou falando de turistas, claro, e sim de trabalhadores, gente de todos os países que encontrou ali o que não conseguiu em sua terra: emprego, trabalho, saúde, educação digna para os filhos, segurança e também, porque não, os prazeres do consumo. Recessão? Sim, é uma realidade (e não precisamos ir até lá para saber disso), mas, sinceramente, pelo menos numa breve e descompromissada visão de turista como a minha, não dá para perceber nada não.
O fato é que jamais imaginei que fosse me encantar com os Estados Unidos. Logo eu, que como todos ou quase todos os jovens dos anos 60, fui uma anti-americanista ferrenha, do tipo que nem calça Lee usava, por ser um símbolo do imperialismo ianque. Pois me rendi aos encantos da terra do tio Sam.
Sim, fiz quase todos os programas de turista, pois felizmente era esta a condição que me levou até lá. Mas, apesar do pouco tempo, pude vivenciar muito da cultura americana, já que não ficamos hospedadas num hotel e sim em New Jersey, numa cidadezinha tipicamente americana chamada Hawthorne, onde mora minha sobrinha e que fica a menos de uma hora de trem de NY.
Por falar em programas de turista, todos me perguntam o que mais gostei e a resposta está na ponta da língua. “O Fantasma da Ópera” na Broadway, é claro. Impressionante, emocionante, indescritível, a coisa mais linda que já vi na vida. Queria ter ido a muitos outros musicais, principalmente “Chicago” e “The King Lion”, que estão sendo muito elogiados, mas o tempo e os dólares não permitiram.
O espetáculo mais maravilhoso que já assisti
Também fiquei deslumbrada com a visão de Manhattan do alto do Rockfeller Center, principalmente à noite. E com o Central Park, que delícia de lugar, e também os museus, sobretudo o Metropolitan e o Madame Tusseau. Com Times Square e suas luzes, o Carnegie Hall, Wall Street, com o Village e seus músicos fantásticos cantando blues no meio da praça, a Estátua da Liberdade, o Empire State, enfim, com todos os símbolos desta grande cidade que nos acostumamos a ver nos filmes e noticiários de TV. Sem falar nas lojas e seus preços, muito, mas muuuuuuuuito mais baratos do que aqui, de roupas a eletrônicos. Sem brincadeira, mesmo sem ser propriamente consumistas, qualquer um sucumbe a estas tentações, até por saber que vai pagar três, quatro vezes mais caro por aqueles produtos quando vier a comprá-los aqui.
O visual noturno de NY a partir do Rockfeller Center
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Frente a frente com Einstein no museu de Madame Tusseau
No Museu de História Natural
Também passamos um dia inteiro em Atlantic City, conhecendo os cassinos luxuosíssimos. Na foto, tirada em frente ao Taj Mahal, do Donald Trump, Beth, Debbie, eu e Julia